Vítima foi atingida nas costas na casa onde morava com os filhos, em GO. Marido se apresentou à polícia, prestou depoimento e foi liberado.
O ferrador de cavalos Cláudio de Souza, de 38 anos, se entregou à polícia nesta quarta-feira (21) e confessou ter matado a mulher, Raquel Rodrigues Soares, de 29, com um tiro nas costas. Porém, segundo a delegada Lúcia Silvestre, titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), ele alegou ter efetuado o disparo em legítima defesa, pois ela queria atacá-lo com uma faca.
O crime ocorreu na noite de sábado (17), na residência onde o casal morava com dos dois filhos, de 4 e 7 anos, no Setor Shangrilá, em Goiânia. No entanto, o corpo da mulher só foi encontrado no dia seguinte, por uma cunhada que havia ido ao local para almoçar.
Após ser ouvido, o suspeito foi liberado e vai responder ao processo em liberdade. Segundo o homem disse à delegada, a vítima começou uma discussão com ele logo depois de um churrasco.
"Ele afirmou que havia um casal amigo dela no local e que como acorda muito cedo para trabalhar, foi dormir antes de eles irem embora. Quando isso ocorreu, a Raquel foi até o quarto e o acordou. Disse que ele não respeitava os amigos dela e que o traía", afirmou Lúcia.
De acordo com a investigadora, Cláudio contou que nessa hora levantou, colocou o revólver que possui na cintura, e foi ao banheiro. Porém, a companheira teria ido junto e quebrado a porta de vidro do box.
Faca
Em seguida, conforme o relato, a mulher pegou uma faca e disse que iria cortar os próprios pulsos para depois acusá-lo para a polícia da lesão. No entanto, ela desistiu da ideia e foi para cima dele.
"Nesse momento, o suspeito apontou o revólver para ela e quando a mulher foi correr, ele acabou atirando e acertando as costas dela", explica.
Após atirar, o ferrador pegou os dois filhos, os colocou dentro do carro e fugiu. Até se apresentar, ele estava na casa de um amigo, em Bela Vista de Goiás. Já os filhos ficaram aos cuidados do avô paterno.
A delegada explica que o disparo ocorreu na garagem, mas o corpo foi encontrado no quarto. Segundo ela, isso comprova que a vítima estava viva assim que o companheiro saiu de casa e que se ele a tivesse ajudado, ela poderia ter sobrevivido.
Passagens
O casal estava junto há oito anos. Contra ele, existem dois procedimentos pela lei Maria da Penha na Delegacia da Mulher, registrados em 2009. Lúcia diz que ainda vai checar em quais circunstâncias as ocorrências foram feitas, uma vez que ele alegou nunca ter sido intimado por esses casos.
A polícia informou que pretende fazer uma reconstituição para saber o que realmente ocorreu e se a versão de Cláudio é verdadeira.
Ele deve ser indiciado por feminicídio e se for condenado, pode pegar uma pena de 12 a 30 anos.