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MPE Cobra Recuperação do Córrego São Benedito em Araguaína

Data do post: 26/10/2015 22:40:54 - Visualizações: (549)

O Ministério Público Estadual (MPE) ajuizou nesta segunda-feira, 26, Ação Civil Pública em desfavor do município de Araguaína, pela prática de danos ambientais que resultaram no assoreamento do Córrego são Benedito.

Ascom/MPE-TOFoi requisitado inquérito policial pela prática de crimes ambientais de causar poluição (art. 54 da Lei 9.605/98). As investigações, coordenadas pela Promotora de Justiça Ana Paula Reigota Ferreira Catini, comprovaram que o córrego, afluente do córrego Jacubinha, vem sofrendo intenso processo de degradação ambiental, desde o ano de 2013.

Conforme os relatórios do Procedimento Preparatório nº 003/2015 instaurado pelo MPE, as obras dos loteamentos vizinhos como Jardim das Flores, Morada do Sol e principalmente o Setor Ana Maria, realizadas nas imediações do leito do córrego, “provocaram grave processo de degradação que resultou no surgimento de uma voçoroca (aproximadamente 270 m de comprimento, 10 m de profundidade e 50 m de largura), além de assoreamento de proporção alarmante”.

Relatos de chacareiros comprovam os danos ambientais causados à área. “Esse ano o banho foi soterrado, devastando aproximadamente uns quinze metros de largura e destruindo também a vegetação que circunda o córrego”, contou um proprietário que reside há trinta anos na região.

O primeiro relatório de averiguação realizado pelo 2º Pelotão da Polícia Ambiental, em maio deste ano, constatou que o assoreamento no córrego São Benedito é de grande proporção, pois o volume de areia depositado chega a comprometer o fluxo de água em seu leito principal. O problema já comprometeu duas residências, e tende a se agravar com a chegada das chuvas.

A prefeitura já havia sido autuada pelo Naturatins e obrigada a pagar uma multa de R$ 1,5 milhão pelos danos ambientais e falhas na construção de barreiras de contenção da voçoroca. “É um absurdo a detecção de uma possível contaminação do lençol freático por chorume, prova cabal do uso de lixo para a construção de barreiras de contenção, o que acertadamente poluiu a água".

Entre os pedidos do MPE está a concessão de liminar para que obrigue o município de Araguaína a elaborar, no prazo de 30 dias, o plano de recuperação de área degradada, executando-o em seguida, que proíba novas construções na APP, isolando o local e promovendo a retirada dos materiais inapropriados que foram depositados. Também solicita que o Poder Público Municipal realoque todas as famílias cujas residências estejam em risco devido à erosão do córrego, bem como realize a coleta, análise e recuperação da água que atende à população local. A multa proposta em caso de descumprimento de decisão judicial é de R$ 5 mil por dia.

Fonte: João Lino Cavalcante/Ascom/MPE-TO

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