Segundo delegada, homem emitia 2ª via do próprio RG para falsificações. Estimativa é que prejuízo causado às vítimas chegue a R$ 50 mil.
A Polícia Civil apresentou nesta quarta-feira (28) um homem suspeito de usar documentos falsos para aplicar golpes, em Goiânia. Vilmar Francisco Pereira, de 53 anos, é detetive particular e, segundo a investigação, comprou até um carro usando as falsas identidades. Com ele, a polícia apreendeu 11 RGs e 14 cartões de Cadastro de Pessoa Física (CPF), além de vários cartões de bancos e talões de cheques.
A prisão aconteceu na terça-feira (27) no hotel em que o suspeito mora, no Setor Norte Ferroviário, na capital. Segundo a delegada responsável pelo caso, Mayana Rezende, a investigação começou no início do ano passado, quando alguns documentos dele foram apreendidos por uma operação da corregedoria da Polícia Civil. De 2014 até a prisão, Mayana suspeita que golpes tenham passado de R$ 50 mil.
Conforme diz a delegada, os documentos de identidade eram confeccionados pelo próprio suspeito. Ele nega que atualmente praticava golpe e afirma que já pagou pelos crimes cometidos anteriormente. "No passado eu fiz umas burradas na vida mas agora eu não tenho nada", disse Vilmar.
De acordo ela, o suspeito contou à polícia que emitia a segunda via do próprio RG junto ao Instituto de Identificação de Goiás e a partir daí realizava a adulteração.
A delegada conta que ele utilizava a parte da frente do documento original e que o verso do documento, de acordo com o suspeito, era comprado de um homem de Brasília. Com documentos de identidade em mãos, Vilmar procurava os correios e emitia novos CPFs.
A investigação aponta que o suspeito utilizava os falsos documentos para abrir contas bancárias, contrair empréstimos e fazer compras utilizando cheques sem fundo. “Ele utilizava o documento para fazer empréstimos, soltar cheques, até que o CPF fosse negativado no Serviço de Proteção ao Crédito [SPC], aí fazia outro documento”, afirmou a delegada.
Passagens
Segundo a polícia, o detetive tem 28 passagens por estelionato, sendo a primeira em 1998.
A delegada afirmou que mais de dez empresas, entre bancos e lojas, foram vítimas de Vilmar. “A gente identifica as empresas que foram vítimas por causa do SPC, mas acreditamos que deve haver outras vítimas, pessoas físicas que tenham sofrido golpes”, disse a delegada.
Vilmar Francisco Pereira vai ser indiciado por estelionato, falsidade ideológica e uso de documento falso, conforme diz a delegada.