Uma mulher de 49 anos está internada em Porto Alegre para tratar um câncer e conseguiu realizar um desejo: receber a visita de seu cachorro de estimação. Segundo o G1, o encontro emocionou familiares, amigos e a equipe médica do hospital.
Rejane está com câncer em fase terminal e a visita do animal foi autorizada pelo Grupo de Cuidados Paliativos do hospital. “É tudo para ela aquele cachorro. Ela ama aquele cachorro que nem ama o filho dela. Imagina, é um amor assim. Deste três meses ela tem aquele cachorrinho. Ela não via a hora de ver ele, foi muito emocionante, apesar da dor," explicou à reportagem Jandira do Prado, cunhada de Rejane.
“Nós somos constituídos como um grupo multidisciplinar que tem a intenção de proporcionar tanto a qualidade de vida quanto a qualidade de morte para pacientes que estão em processo de final de vida, em terminalidade”, disse a psicóloga Bárbara Cristine Heck, do Grupo de Cuidados Paliativos do hospital.
Depois do encontro, a equipe médica notou uma mudança grande no humor de Rejane: "Ela, que já estava em um processo de maior recolhimento, conseguiu se expressar, se tornou mais falante, mais ativa. E sempre que a gente pensa em qualidade de vida, a gente vai pensar em relações afetivas. Sejam essas com pessoas, familiares, animais de estimação, como foi esse caso", finalizou a psicóloga.
Projetos para permitir visitas de animais
Na Assembleia Legislativa, um projeto de lei proposto pela deputada Regina Becker Fortunati (PDT) quer permitir a chamada Terapia Assistida por Animais (TAA). A proposta prevê a permissão de visitas de animais domésticos e de estimação em hospitais privados, públicos contratados, conveniados e cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) no estado.
De acordo com o projeto, a autorização da presença dos animais terá prazo definido e sob condições prévias de cada hospital. Estão previstos no projeto cães, gatos, pássaros, coelhos, chinchilas, tartarugas ou hamsters.
Outras espécies terão que passar pela avaliação do médico para autorização, de acordo com o quadro clínico do paciente.
Na Câmara dos Deputados, também já tramita projeto de lei para regulamentar o uso de TAA no SUS. Em Porto Alegre e em São Leopoldo, no Vale do Sinos, propostas de lei semelhantes também estão sendo discutidas.