Dois deles são considerados os maiores adulteradores de chassis do estado. Meia tonelada de maconha foi apreendida com suspeito em cinema de Jataí.
A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (4), 11 pessoas durante a Operação Preceptores, suspeitas de participar de um grupo especializado em comprar e fazer a clonagem de veículos na Região Metropolitana de Goiânia. Entre os presos estão dois irmãos que, segundo a polícia, são os maiores adulteradores de chassis do estado de Goiás. A polícia cumpriu os mandados de prisão em Anápolis, Goianira, Aparecida de Goiânia e na capital.
De acordo com o delegado responsável pela operação, Fábio Meireles, os irmãos Warllen Teixeira da Silva, 24 anos, e Wdeilson Teixeira da Silva, de 21, são os maiores adulteradores de chassi do estado, e teriam aprendido a técnica com outro criminoso que desde julho deste ano está preso.
“A polícia vem notando que cada vez mais criminosos experientes passam o ofício para novatos, que assumem a liderança do trabalho no mundo do crime”, afirmou o delegado.
Segundo a polícia, os irmãos tentaram fugir pelo telhado da casa da família no momento em que foram presos. Na tentativa de fuga, Wdeilson caiu e foi encaminhado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) com uma fratura no pé esquerdo.
À polícia, Warllen negou que tentou fugir e, segundo o delegado, disse que estava no telhado em busca de sinal de celular.
A investigação que desencadeou a operação começou há seis meses. De acordo com o delegado, a primeira prisão foi feita na última quinta-feira (29), quando Jair Nascimento Ribeiro Júnior, de 21 anos, foi detido enquanto assistia a um filme no cinema, em Jataí, sudeste goiano.
Ele foi preso com meia tonelada de maconha que estava na carroceria da caminhonete. Segundo a polícia, Jair é motorista de Wellington Gonçalves, detido na manhã desta quarta-feira. Conforme diz o delegado, Wellington é dono da maconha e teria recebido a droga como pagamento de um carro clonado vendido por ele.
O delegado diz que não é possível identificar um líder da quadrilha pois, segundo ele, todos são corresponsáveis pela atividade criminosa. Porém, ele afirma que tanto os roubos de carro quanto a clonagem dos mesmos continuam acontecendo porque existem os receptadores. “Se fôssemos apontar líderes, seriam os que compram os veículos, são eles que mantêm a existência deste tipo de crime”, afirma Meireles.
Apreensões
O trabalho envolveu mais de 130 policiais da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DRFRVA), que, além das prisões, apreenderam 12 veículos, entre carros e motos, duas armas de fogo, 12 coletes à prova de balas, R$ 5 mil em dinheiro, mais de R$ 1 milhão em cheques, placas de veículos, ferramentas para clonagem e adesivos para remarcar chassi nos vidros dos carros que seriam clonados.
“Os peritos estão analisando os carros para tentar identificar supostas vítimas que tiveram seus carros roubado”, disse Fábio Meireles. Segundo o delegado, a maioria dos carros roubados na capital era revendida no estado do Tocantins.
De acordo com o inquérito, os presos devem ser indiciados pelos crimes de adulteração de sinal identificador de veículo, organização criminosa, receptação, posse ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas. “Entre os suspeitos, os que forem indiciados por todos estes crimes podem pegar mais de 20 anos de prisão”, afirma o delegado.