A partir desta quinta-feira, 12, a Exposição “Resgatando a Identidade”, da DPE-TO – Defensoria Pública do Estado do Tocantins estará disponível na Galeria de Artes da Fundação Cultural de Palmas, no Espaço Cultural, integrando a Mostra “Consciência Negra – Cores e Lutas”, juntamente com as esculturas da “Coleção Quilombola”, do artista plástico Lops.
A Mostra é organizada pela Secretaria Municipal de Integração Social e Defesa do Consumidor, por intermédio da superintendência de Igualdade Racial, pela Fundação Cultural de Palmas, em parceria com a Defensoria Pública do Estado do Tocantins, idealizada em alusão ao 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra. A abertura acontece no dia 12, às 10h, e a Mostra ficará disponível até o dia 29 de novembro, das 8 às 12h e 14 às 18h, de segunda a sexta. Tem o objetivo de retratar a luta e a resistência da população negra no Tocantins e no Brasil, mantendo viva a memória e combatendo o preconceito e toda forma de discriminação da população negra.
A Exposição “Resgatando a Identidade” traz registros das comunidades tradicionais quilombolas do Estado do Tocantins, locais e condições em que vivem, e os arranjos diários para preservar a memória, tradição e ancestralidade, enquanto permanecem à margem das políticas públicas.
As imagens foram captadas durante atendimentos do Programa “Defensoria Quilombola”, realizados pelo NAC - Núcleo de Ações Coletivas, Dpagra – Defensoria Pública Agrária e Nusa – Núcleo de Defesa da Saúde da DPE-TO, quando a equipe esteve nessas Comunidades Quilombolas conhecendo a realidade de cada uma delas, seus problemas, suas dificuldades, ansiedades, perspectivas, seus conflitos e, a partir dessas constatações, oficiando os órgãos públicos, gestores, instituições em busca de fazer valer o direito constitucional e, mais que isso, garantir a dignidade da pessoa humana.
Esta exposição reúne registros fotográficos realizados pela repórter fotográfica Loise Maria e Silva, pelas jornalistas Alessandra Bacelar, Keliane Vale e Rose Dayanne Santana, e pela ex-estagiária Maryellen Araújo, durante as ações do Programa “Defensoria Quilombola” em várias localidades do Estado. A Exposição foi concebida pela jornalista Alessandra Bacelar, e segundo ela, a ideia foi aproveitar o vasto material fotográfico que a Defensoria Pública do Tocantins possui. “São centenas de fotos, imagens fortes, apaixonantes, retratando a resistência das comunidades tradicionais e a beleza de um povo que mesmo diante dos problemas ainda consegue sorrir e acreditar na mudança do amanhã”.
Fotografia Premiada
Na oportunidade, a DPE-TO exibirá a fotografia “Defensoria Quilombola”, feita pela repórter fotográfica Loise Maria e Silva, que ganhou o XIII Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça, durante o XI Conbrascom – Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça, realizado em junho deste ano em Belo Horizonte.
A imagem retrata o trabalho da Defensoria Pública na garantia do acesso ao direito nas comunidades quilombolas do Tocantins e foi tirada em novembro de 2014, durante uma Audiência Pública, realizada no Distrito de Campo Alegre, Paranã, para discutir e expor soluções aos problemas encontrados nas Comunidades Claro, Prata e Ventura e Ouro Fino.
Entre os participantes estava Miguel Simão, de 84 anos, que por essas coincidências da vida tinha sido fotografado em novembro de 2013 durante uma visita na comunidade que vive, e cujo registro foi utilizado para ilustrar peças publicitárias relativas ao evento “Seminário Defensoria Quilombola – Uma aliada na efetivação dos direitos das comunidades tradicionais”.
O encontro entre o personagem e o cartaz rendeu novo registro fotográfico, esse momento de integração, ilustrou outra matéria. A imagem foi escolhida para concorrer ao Prêmio por representar, além da simplicidade, toda a convergência do trabalho realizado pela DPE-TO, relacionada ao acesso à justiça e publicada em canais da Instituição.
Coleção Quilombola
"Quilombolas Tocantins" é o resultado de uma pesquisa da sociedade do povo tocantinense, composto por 20 obras, na qual o "Lops" retrata a arte, a cultura e o dia a dia desta comunidade que resiste ao tempo e influências do exterior alheio às suas realidades.
Apesar da sua pouca idade, o Tocantins tem demonstrado e conquistado o seu espaço no cenário artístico atual, consolidando assim, alguns nomes que buscam o alicerce de sua trajetória, inspirando-se nas belezas naturais, histórica e dos povos que habitam esta tão inexplorada região, que aspira ao engrandecimento e cuidado dos seus mais ilustres e nobres artistas, dentre estes, o destacado "Lops", o escultor dos traços rústicos.
A sua obra é a tradução da anatomia nortista, onde os gêneros se misturam e refletem a universalidade do homem e suas inquietações.
Nascido em Muntum – Minas Gerais, Laudeir Lopes escolheu o mundo das artes, e dessa escolha, também se reinventou, surgiu então o artista plástico "Lops", que se conceitua como um artista detalhistas e perceptivo, e através dos seus rústicos traços, executa na sua obra um Tocantins jamais imaginado, em formas e acabamentos diferente do cotidiano e distante do ordinário.
Com obras espalhadas em diversos Estados brasileiros, e no exterior, este escultor desafia os moldes da arte mal pensada, mal traduzida, que confunde e pouco desperta sentimentos na crítica atual.
Para tirar conclusões acerca do artista só mesmo conhecendo de perto o trabalho por ele realizado, e que agora no mês da resistência fica bem mais perto de ser apreciado.