Mobilizar todos os municípios tocantinenses para a adesão ao Programa Brasil Alfabetizado, criado em 2003, é o objetivo principal do Seminário em alfabetização de jovens e adultos – PBA e Educação no Campo e Quilombola, que está sendo realizado no Palácio Araguaia, nesta quarta-feira, 16, e na quinta-feira, 17.
A solenidade de abertura do evento foi realizada na noite da última terça-feira, 15, com a presença de 270 representantes das secretarias municipais de educação e das Diretorias Regionais de Ensino. Na ocasião, o superintendente de Desenvolvimento da Educação, Divino Mariosan Siqueira, disse que a proposta de alfabetizar 15 mil adultos é ousada, mas é preciso articular com todos os gestores para que a meta seja alcançada. “Sem as parcerias não conseguiremos reduzir o analfabetismo no Tocantins e outro ponto que devemos discutir são as estratégias para manter o aluno na escola”, explicou Divino.
O secretário de Estado da Educação, Adão Francisco de Oliveira, animou todos os presentes a se esforçarem para localizar e levar para a escola esses alunos que ainda não sabem ler. “O esforço de cada um é fundamental para superarmos essa desigualdade social”, frisou.
Ainda é grande o número dos que não sabem ler
Pelo diagnóstico realizado pelo Ministério da Educação (MEC), no Tocantins, 12,2% da população ainda não está alfabetizada, o que corresponde a 131 mil pessoas. No Brasil, segundo dados do MEC, são 13,3 milhões de brasileiros com idade acima de 15 anos, que não sabem ler e escrever. Outro desafio da educação é que 57,7 milhões de pessoas com idade acima de 18 anos, não concluíram o ensino fundamental e estão fora da escola.
De acordo com Mauro José da Silva, coordenador nacional do Programa Brasil Alfabetizado do MEC, uma das prioridades do Ministério é efetivar as ações no Norte e Nordeste, porque são nessas regiões se localizam os maiores índices de analfabetismo.
Mauro falou na abertura do seminário sobre Avanços e perspectivas dos jovens e adultos no Brasil, e explicou que os avanços na redução do analfabetismo é constante, mas pequeno.
“O esforço tem que ser contínuo a cada ano. No momento, essas pessoas que não sabem ler, em sua maioria, estão no campo, e isso dificulta levá-los à escola”, afirmou Mauro. O Programa Brasil Alfabetizado é flexível e as salas de aula podem ser instaladas em qualquer lugar e funcionar na hora que os alunos optarem. Existe uma matriz curricular e os alfabetizadores e os coordenadores fazem parte do programa.
“Outro grande desafio que temos é fazer com que os alunos que passaram pelo programa de alfabetização continuem estudando nas turmas de Educação de Jovens e Adultos. Caso contrário, essas pessoas poderão voltar à antiga condição de analfabetas”, explicou Mauro.
Depois do seminário, as prefeituras assinarão o Termo de Adesão ao programa para a formação das equipes e das turmas.