Uma cena rara de se ver chamou a atenção de alguns motoristas que passaram por volta das 20 horas na TO-126, no trecho entre o setor rodoviário e a Vila Padre Césare Lelli em Tocantinópolis.
Quem por lá passou viu uma grande Jaguatirica (Leopardus pardalis), morta estendida na beira da rodovia. O que mais chamou a atenção eram os grandes espinhos fincados na região do pescoço e cabeça do animal, parecidos com os de um Porco-Espinho (Coendou prehensilis), mas, possivelmente a causa da morte da jaguatirica tenha sido um atropelamento que não machucou muito seu corpo, mas deixou a boca ensangüentada e a língua de fora.
O animal que era uma fêmea estava com vários espinhos do Porco-espinho fincados na região do pescoço, o que se presume que houve um confronto entre as duas espécimes. Próximo ao local onde a Jaguatirica estava morta havia um mau cheiro intenso de carniça, o que poderia ser alguma carcaça deixada pelo animal e que ao voltar para comer a noite encontrou seu fim ao tentar atravessar a rodovia.
O curioso é que quando passaram as primeiras pessoas no local, imediatamente acionaram a nossa equipe de reportagem vindo até o centro da cidade avisar na sede do site, e ao voltarmos ao local onde o animal estaria morto, não foi encontrado mais o corpo de inicio, somente após procurarmos por alguns minutos foi que conseguimos avistar o animal escondido dentro de uma moita de capim, como se alguém estivesse guardado para buscar posteriormente.
SAIBA MAIS
Jaguatirica, jacatirica, bracaiá, ocelote, maracajá, gato-açu, gato-do-mato-grande ou simplesmente gato-do-mato (nome científico:Leopardus pardalis) é um mamífero carnívoro da família Felidae e gênero Leopardus. Originalmente foi classificada no gênero Felis. São reconhecidas 10 subespécies, e o gato-maracajá (L. wiedii) é a espécie mais próxima da jaguatirica. Ocorre desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, mas já foi extinta em algumas regiões de sua distribuição geográfica, como o oeste do México e a província de Entre Ríos, na Argentina. Ocorre em todos os tipos de habitat ao longo de sua distribuição geográfica, até cerca de 1200 m de altitude.
É um felídeo de porte médio, tendo entre 72,6 e 100 cm de comprimento, sem a cauda, com os machos um pouco maiores que as fêmeas, pesando entre 7 e 15,5 kg. O padrão de coloração da pelagem é muito semelhante ao do gato-maracajá (L. wiedii) o que torna difícil a identificação das duas espécies, apesar da jaguatirica ser maior e possui uma cauda mais curta. Em ambientes florestais, a jaguatirica possui porte maior do que em ambientes mais abertos.
É um animal solitário, noturno, e territorial, e os machos possuem territórios maiores (entre 3,5 a 17,7 km²) que se sobrepõe sobre o de várias fêmeas (que têm entre 0,8 e 15,6 km²). Alimenta-se, principalmente de roedores, mas pode se alimentar de animais de porte maior como ungulados, répteis, aves e peixes. Caça à noite, formando emboscadas. Alcançam a maturidade sexual entre 26 e 28 meses de idade, e as fêmeas dão à luz geralmente um filhote por vez, que pesa cerca de 250 g. Geralmente, filhotes nascem a cada 2 anos. Em cativeiro, a jaguatirica pode viver até 20 anos, mas na natureza vivem metade disso.
A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais lista a jaguatirica como estado de conservação "pouco preocupante, e está incluída no apêndice 1 da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção. Estudos ecológicos tendem a listar a espécie como a mais abundante dentre os felídeos sul-americanos, apesar das populações estarem decaindo. A situação de conservação varia, e é listada como "vulnerável" na Colômbia e Argentina. No Brasil, apenas a subespécie L. p. mitis é considerada em alguma categoria de ameaça. Apesar de já ter sido amplamente caçada por conta do comércio ilegal de peles e vendida como animal de estimação, a maior ameaça é a destruição e degradação do habitat.
A jaguatirica figura na mitologia de alguns povos americanos, e até em pinturas de europeus no século XIX. A sua beleza e relativa docilidade já fizeram que a jaguatirica fosse desejada como um animal de estimação exótico. Por ser de porte relativamente menor, ela não traz problemas com ataques a seres humanos, e eventualmente pode causar problemas com ataques a galinheiros.