Neste ano, o Estado do Tocantins deve receber do Ministério da Saúde (MS) 91,7 mil de doses da vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), usada na prevenção do câncer de colo do útero, para imunizar 43,6 mil meninas.
De acordo com a gerente técnica de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Greicy Rivello, a meta do Estado é atingir 80% do público-alvo, meninas de 11 a 13 anos. Cada adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção.
“A campanha foi dividida em três momentos. No primeiro, a partir do dia 10 de março, serão administradas as primeiras doses; no segundo, em setembro, as meninas receberão a segunda dose da vacina; e no terceiro momento, cinco anos depois, será aplicada a terceira dose”, explica a gerente técnica.
As vacinas contra o HPV vão estar disponíveis nos postos de saúde e serão levadas as escolas públicas e privadas para que mais adolescentes possam ser imunizadas. “Nós vamos fazer parceria com os 139 municípios e levar as doses até as escolas para que todas possam ter acesso”, destacou Greicy Rivello.
Além disso, no mês de fevereiro, a Sesau vai capacitar profissionais de todos os municípios tocantinenses para a campanha. Conforme o cronograma, nos dias 19 e 20 profissionais das regiões central e sudeste do Tocantins participarão de reunião preparatória que acontece em Palmas. Já nos dias 26 e 27 será a vez dos municípios da região norte do Estado se reunirem na cidade de Araguaína. Durante o encontro, os profissionais serão orientados sobre forma de administração da dose, efeitos colaterais, público- alvo, etc.
Aumento da cobertura
Segundo informações do Ministério da Saúde, em 2015, a vacina passará a ser oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e em 2016 às meninas de 9 anos. A meta do MS é atingir 80% do público-alvo, composto por 5,2 milhões de meninas. A vacina contra HPV garante proteção de 98% contra o câncer de colo do útero.
Para o primeiro ano de vacinação, o Ministério da Saúde adquiriu 15 milhões de doses. Será utilizada a vacina quadrivalente, que confere proteção contra quatro subtipos (6, 11, 16 e 18). Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo. O vírus HPV é uma das principais causas de ocorrência do câncer do colo de útero - terceira maior taxa de incidência entre os cânceres que atingem as mulheres.
Vacina com eficácia comprovada
A vacina contra HPV tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus. Hoje, é utilizada como estratégia de saúde pública em 51 países. A sua segurança é reforçada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto.
Estimativa da Organização Mundial da Saúde aponta que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, anualmente. A vacina não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais.