Justiça determinou bloqueio de valores nas contas investigadas. Dinheiro desviado no golpe chega a R$ 73 milhões.
Cerca de 70% do dinheiro desviado em um golpe na agência de Tocantinópolis da Caixa Econômica Federal (CEF) foi recuperado. A informação foi divulgada pela assessoria de comunicação da Justiça Federal no Tocantins, na tarde desta quinta-feira (23). O golpe, que simulou o pagamento de um prêmio da mega sena, desviou R$ 73 milhões. Segundo a Polícia Federal, a organização foi chefiada pelo suplente de deputado federal do Maranhão, Ernesto Vieira Carvalho Neto.
A recuperação do dinheiro aconteceu por meio do sequestro e bloqueio de valores nas contas investigadas. Além do suplente de deputado federal preso no último sábado (18), a polícia busca quatro homens suspeitos de participarem no esquema, que continuam foragidos: Thales Henrique de Freitas, Antônio Rodrigues Filho e os irmãos Alberto Nunes Tujeiro e Paulo André Pinto Tujeiro.
De acordo com as investigações, Thales e Paulo André teriam recebido parte do dinheiro desviado. Já Antônio Rodrigues Filho, que também seria um dos beneficiados, foi o responsável pela compra de sete carros de luxo em uma revendedora em Goiânia. Segundo a polícia, há suspeita também de que parte do dinheiro foi investido na compra de imóveis.
O gerente da agência de Tocantinópolis Robson Pereira do Nascimento, que segundo a polícia, facilitou o golpe, está preso desde o dia 22 de dezembro, depois que as investigações identificaram a abertura da conta corrente na cidade. O dinheiro desviado foi redistribuído em contas espalhadas em vários estados como Cearáx, Maranhão, Goiásx e São Paulox, mas podem existir mais contas, segundo o órgão.
O advogado do gerente preso, Sandro Queiroz, informou que apresentou documentos para PF que comprovam que o suspeito agiu de acordo com as normas da Caixa sem saber que se tratava de um golpe. “Nós já entramos com o pedido de liberdade e podemos confirmar que meu cliente é 100% inocente”, disse.
Já o advogado do suplente de deputado disse que tudo se tratou de um engano. "Desde quando os bens do meu cliente foram bloqueados que nós tentamos explicar. Na verdade a quantia repassada para a empresa na qual ele é um dos proprietários trata-se da venda de uma propriedade de 85 hectares em uma área urbana", explica Everson Cavalcante.
A Polícia investiga também o desaparecimento das imagens do circuito de segurança da agência em Tocantinópolis. As cenas que mostram a movimentação na agência sumiram três dias depois do depósito do dinheiro, realizado no dia 5 de dezembro do ano passado.
Entenda o caso
Em dezembro do ano passado, integrantes de um esquema forjaram um bilhete da Mega-Sena com um prêmio no valor de R$ 73 milhões. Tanto o sorteio quanto o prêmio eram falsos. Para receber o prêmio, os envolvidos realizaram a abertura de uma conta corrente, em nome de um ganhador fictício, numa agência da Caixa Econômica Federal em Tocantinópolis.
O gerente liberou o prêmio, que foi transferido para várias contas. A administração da Caixa percebeu as irregularidades e acionou a Polícia Federal para investigar o caso e recuperar o valor desviado.