Instituto tem duas câmaras frias, com capacidade total para 12 corpos. Agora, são 14 à espera de identificação da família.
Não há mais espaço para os corpos que chegam ao Instituto Médico Legal em Imperatriz. Muitos estão sem identificação e devem ser enterrados como indigentes. Segundo a direção do IML, a falta de estrutura já não permite atender à demanda de vários municípios do sul do Maranhão e até de outros estados.
O Instituto Médico Legal tem duas câmaras frias, com capacidade para seis corpos, cada. Mas, de acordo com o diretor do instituto, o local está superlotado, com corpos. Agora, por exemplo, são 14 à espera de identificação da família. Dez deles serão enterrados nesta semana, porque estão sem identificação.
Há semanas em que o número de cadáveres é ainda maior. Por lei, o corpo deve permanecer no IML por três meses. Vencido esse prazo, serão enterrados como indigentes. "Fora os outros cadáveres que estão aguardando família, outros procedimentos. Há uma superlotação, porque a capacidade é pequena para a demanda que existe", afirmou o diretor do IML, Alair Firmiano.
De acordo com o técnico da necrópsia Milton Nascimento, o trabalho dos funcionários é prejudicado por causa do mau cheiro. E, o pior: há riscos para a saúde. "Acarreta problemas para nós, devido ao odor, que não tem como vedar, e fica disperso em todo o ambiente", disse.
Para que o corpo seja enterrado como indigente, existe ainda um processo trabalhoso para o IML. É preciso fazer a identificação do cadáver por meio das digitais, exame da arcada dentária, tirar fotografias de sinais pessoais, como tatuagens e cicatrizes. Só então o juiz autoriza o enterro e a prefeitura é solicitada para arcar com as despesas.
O Instituto Médico Legal de Imperatriz funciona desde 2006, atendendo a cidades em um raio de 500 km. São cerca de 40 funcionários, entre eles, seis médicos. O diretor revela, ainda, que além de precisar de mais médicos, o prédio tem de ser ampliado pra atender à toda demanda. É de fundamental importância, por exemplo, ter uma sala para cadáveres em decomposição. Atualmente, todos os cadáveres ficam na mesma sala.
"A gente precisa de uma estrutura maior, melhor, porque a demanda é realmente muito grande. Atendemos, inclusive, casos do Tocantins, Pará", disse Alair Firmiano.
A Delegacia Geral da Polícia Civil, por meio da Superintendência de Polícia Técnico-Científica, informou que a equipe do IML de Imperatriz será reforçada com novas contratações após um concurso público. Estão previstas vagas para mais três médicos legistas, um odontolegista e seis peritos criminais.
A assessoria afirmou que o efetivo maior vai oferecer mais agilidade na prestação de serviços, já que o IML de Imperatriz atende a toda a região.