Um culto ecumênico lembrou a data na última quarta-feira, (12), em Belém. Representantes de movimentos sociais se reuniram na sede da CNBB.
Completou na última quarta-feira (12), nove anos do assassinato da missionária norte americana Dorothy Stang, que defendia o uso sustentável da terra em Anapu, no sudoeste do Pará. Um culto ecumênico, realizado na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Belém, marcou a data.
O encontro contou com a presença de representantes de movimentos sociais, da igreja e instituições que combatem os crimes no campo. Durante a programação, foi lida uma carta de repúdio a violência no campo. Cantos e orações foram feitos em homenagem à missionária norte americana.
Dorothy foi assassinada na zona rural do município de Anapu, onde defendia a implantação de projetos de desenvolvimento sustentável na região. “Muita coisa mudou em Anapu, nos PDS, no lugar onde a Dorothy morreu. O povo está vivendo em suas próprias casas, de sua própria produção, está colaborando e a floresta está crescendo”, afirma a irmã Rebeca Spires, da Congregação das Irmãs de Notre Dame.
"A irmã Dorothy deixou uma herança infinita para todos nós em termos de como se fazer a reforma agrária de uma forma que pudesse fixar o homem no campo, de trazer alimento para todos nós na cidade. Tudo isso está nas cartas da irmã Dorothy, está nos documentos que ela fazia ao Ministério Público Federal e hoje está na prática também”, ressalta Felício Pontes, procurador da república.
A irmã Dorothy Stang foi assassinada com três tiros em fevereiro de 2005. Quatro envolvidos no crime foram julgados e condenados. O episódio chamou a atenção do mundo inteiro para os conflitos de terra na Amazônia.
“Celebrar o seu martírio é um compromisso de continuarmos lutando pelos ideais pelos quais ela lutou: que é a defesa do povo, a defesa da floresta, a defesa da vida na Amazônia", afirma o padre Paulo Silva, secretário da CNBB/ Comissão Pastoral da Terra.