Procurador e defensor visitaram o local após denúncia anônima. Foram encontrados remédios vencidos e mal acondicionados.
Após uma denúncia anônima, o procurador da república no Tocantins, Fábio Conrado Loula, e o defensor público do estado, Arthur Luiz Pádua, visitaram o estoque regulador do Estado. No local ficam guardados os medicamentos comprados com dinheiro público. O cenário não agradou. Centenas de medicamentos vencidos e misturados a outros que ainda estão dentro da validade. Remédios para o coração, doenças pulmonares, anemias e infecções amontoados sem refrigeração ou higiene adequadas.
"Nós temos medicamentos vencidos, perdidos, que não foram usados e nós temos doentes que poderiam usar estes medicamentos", destacou o defensor público. Pilhas de fraudas desorganizadas também chamaram a atenção. Luvas, toucas, frascos de soro fisiológico, glicose e produtos usados para revelar raio-x parecem abandonados. Alguns estão vencidos, outros não.
O procurador da república disse que ficou impressionado. "Nós percebemos que existe um desperdício de recursos públicos porque, como estes itens não vão ser aproveitados, vai ser necessário realizar uma nova compra para reabastecer os hospitais".
As latas de leite para pessoas que têm problemas nos rins estavam largadas; o leite em pó para crianças que possuem alergia a lactose ou que precisam de suplemento estava com validade vencida. As ampolas de hormônios para o crescimento de crianças estavam sem proteção ao sol ou a chuva. Na embalagem, a recomendação é de que as ampolas deveriam estar refrigeradas, com temperatura entre 2 e 8 graus.
Para o procurador da república, está claro que o Estado descumpriu o acordo firmado na justiça em novembro do ano passado, quando se comprometeu a manter hospitais abastecidos. "Vamos cobrar explicações do Estado, vamos enviar também para outros órgãos de controle e vamos informar em juízo as constatações que fizemos".
A Secretaria de Saúde do Tocantins informou que não existem medicamentos vencidos misturados com os que ainda estão dentro da validade. Sobre a denúncia de que falta higiene e um acondicionamento adequado, o órgão disse que vai apurar.