O clima está cada vez mais tenso na manifestação que está bloqueando a Rodovia TO-126 que liga Tocantinópolis a Maurilândia do Tocantins. Representante dos manifestantes conseguiram falar com o Governador em Exercício Sandoval Cardoso que avisou que só negociará se algum representante for até a capital.
"Ninguém nos deu ouvido, pois agora vamos partir pra a ignorância". Disse o senhor Edigar Pereira Barros, um dos líderes da manifestação que bloqueia a rodovia, que conseguiu falar com o Governador Interino Sandoval Cardoso por celular agora a pouco, por volta das 11h30min e este lhe informou que só negociaria se alguns deles fossem até o palácio. O mais curioso é que o Governador disse não estar em Palmas, pois estaria vistoriando algumas obras no município de Guaraí. "O cara é o maior folgado, desligou o celular na minha cara, além de mandar asfaltar somente um trecho ainda manda nós ir pra Palmas pra negociar, nosso negócio é a estrada ou eles mostram um documento que comprove que irão asfaltar também o nosso trecho ou irão ter prejuízos maiores do que o que gastariam para asfaltar estes 48 quilômetros". Disse o corajoso Edigar.
Os manifestantes não arredaram o pé do bloqueio onde passaram a noite queimando paus e pneus numa espécie de fogueira para se manterem acordados evitando que qualquer veículo tentasse ultrapassar a barreira de paus e pedras.
FOGO NA REDE
Em uma reunião que aconteceu agora pela manhã os principais representantes do Movimento Popular Organizado, decidiram por unanimidade mudar a estratégia onde o grupo sairá do povoado Folha Grossa para criarem um novo bloqueio na divisa do município com as terras indígenas Apinajé. no povoado Ribeirão Grande Pedro Bento. "Vamos nos proteger em nossas terras, vamos fazer uma imensa coivara nas torres de energia e derrubar uma a cada dia que passar, ficaremos sentados nas sombras das árvores esperando algum representante do Governo Federal vir até nós, pois já vimos que este Governo do Estado não vale nada, não tem moral pra negociar com nós índios". Explicou o Cacique Silivan Apinajé.
Com a mudança de estratégia o clima poderá ficar mais tenso ainda, haja visto que estas torres de transmissão de energia elétrica são usadas para abastecer várias cidades do Tocantins. Derrubar uma delas ocasionará prejuízos ainda incalculáveis, imaginem se caírem uma por dia.
OUTRA AMEAÇA
Em 2012, véspera das eleições municipais, os indígenas da Aldeia Macaúba ameaçaram derrubar uma torre de transmissão de energia elétrica em alta tensão que passa dentro de suas terras. Após saber disso o Governo Federal enviou uma equipe da Força Nacional para negociar com os indígenas que queriam a instalação de eletricidade nas aldeias que ainda não usufruíam da energia em suas casas. (Clique Aqui e leia matéria da época)
Apenas sete dias depois o MPF-TO juntamente com a empresa Rede Celtins assinaram um termo de compromisso para provimento da energia elétrica nas aldeias indígenas Apinajé que ainda não possuíam a rede construída. Em apenas 30 dias todas as aldeias já estavam com energia elétrica funcionando.