Falta de estrutura de escoamento é um dos fatores que causa enchentes. Urbanista diz que o problema é antigo, mas teria soluções simples.
Uma tempestade que caiu em Palmas na tarde desta quarta-feira (26), causou transtornos para os moradores da capital. A chuva durou pouco menos de uma hora, mas foi o suficiente para alagar ruas, derrubar árvores e afetar o sistema de energia elétrica na região central da cidade.
A água se acumulou rapidamente nas ruas da capital. Um internauta, que pediu para não ser identificado, filmou um grande alagamento na avenida Theotônio Segurado, na altura da quadra 601 Sul. é possível ver um carro sobre o canteiro central para evitar a enchente e a dificuldade enfrentada pelos ônibus para enfrentar a correnteza formada. A água também prejudicou os passageiros.
Durante a tempestade, alguns semáforos da avenida Theotônio Segurado ficaram desligados, o que dificultou o transito na via. Em frente à estação de ônibus Apinajé, na região norte da cidade, parte de uma árvore caiu. o mesmo aconteceu perto do cruzamento das rotatórias das avenidas LO-05 e NS-04, conhecida popularmente como Alameda Jardins.
De acordo com a Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins (Celtins), diversos pontos do plano diretor ficaram com a luz em meia fase das 14:27 até as 15:38. O palácio Araguaia foi um dos pontos que ficou com o sistema elétrico prejudicado.
Problema antigo
Os alagamentos durante o período chuvoso já são antigos em Palmas. De acordo com o urbanista e gerente técnico do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Tocantins (CAU), Matusalém Santana, uma combinação de fatores causa o problema.
As características naturais da cidade contribuem com os alagamentos. Segundo Santana, a cidade é muito plana e as chuvas na região são muito intensas, o que dificulta o escoamento. Para o urbanista, seria preciso implantar um grande sistema de escoamento de água em toda a cidade, mas existem soluções que podem amenizar os alagamentos. "Medidas emergenciais já poderiam ter sido adotadas há bastante tempo", afirma.
Segundo o urbanista, um aproveitamento melhor das áreas permeáveis de Palmas amenizaria o problema e sugere que seja feito um rebaixamento dos canteiros centrais e rotatórias. "Se você coloca os canteiros abaixo do nível da rua, a água escorre para estes locais. Não resolve o problema, mas ajuda bastante", explica.
Santana lembra que o rebaixamento poderia reduzir o acúmulo de água na região da avenida Theotônio Segurado que foi filmada pelo internauta, um dos pontos mais críticos da cidade. "Olha o tamanho daquele canteiro central. Ele poderia absorver muita água", explica Santana.
Para o gerente técnico do CAU, um sistema de drenagem capaz de atender as necessidades de Palmas seria de fácil implantação, mas custaria muito caro. "Muitas quadras de Palmas foram feitas sem sistema de drenagem. Teria sido mais barato implantar o sistema antes delas terem sido construídas", explica.
Tentou entrar em contato com a superintendente de obras de Palmas, responsável pelas estrutura de drenagem na cidade, mas até o momento da publicação desta matéria, ela não foi localizada.