Neide Fernandes lutou até o último momento contra doença, diz sogra. Ela descobriu um caroço em 2012, mas ficou cinco meses sem tratamento.
A correspondente bancária Neide Fernandes, de 32 anos, lutou até o último momento contra o câncer de mama, segundo parentes. Por ironia do destino, ela morreu no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. No mês de outubro do ano passado, Neide contou a história dela por meio do VC no G1. A moradora de Palmas só descobriu que tinha câncer de mama após fazer cinco biópsias. Por isso, ela ficou cinco meses sem tratamento, já que os exames não apontavam a existência de um tumor.
Segundo a sogra de Neide, Maria do Espírito Santo Moura, o diagnóstico tardio pode ter influenciado no tratamento. "Às vezes nos preocupamos ao imaginar que se tivesse descoberto depressa, o tratamento teria sido mais fácil. Pensamos que pode ter sido uma falha na medicina, mas quando Deus determina, a gente tem que passar", disse emocionada.
Neide era uma batalhadora. Mesmo doente, ela falava em esperança, fé e sempre procurava viver a vida de uma forma intensa. "No último momento, ela disse: 'sei que vou partir, mas não me preocupo. O que tinha que lutar, eu lutei. Eu estou orando para Deus me dar força porque resisti até o fim. Lutei até o fim'.", relembra a sogra.
Segundo Maria do Espírito Santo, nos últimos 26 dias de vida, Neide ficou internada. O câncer, que começou na mama esquerda havia se espalhado para os dois pulmões. O enterro aconteceu no domingo (9), em Palmas. Três dias após a morte de Neide, os parentes sentem pela perda e falam dela com carinho e admiração. A sogra alerta sobre o diagnóstico precoce e a forma como a família das vítimas de câncer devem enfrentar a doença. "Nunca devem desanimar. As pessoas devem ter coragem e fé".
História de vida
Em outubro do ano passado, Neide contou que foi ao médico em março de 2012 para fazer um exame ultrassom. Segundo ela, os médicos disseram que havia um cisto na mama, mas que ela poderia ficar tranquila quanto à existência de um câncer. Com o passar dos meses, o caroço aumentou. Ela contou que voltou ao médico e durante cinco meses precisou fazer cinco biópsias. O resultado dos exames nunca apontava para um câncer. Na última biópsia, os exames foram enviados para Goiânia e São Paulo, foi quando os médicos constataram um tumor maligno.
Ela questionou os médicos sobre o fato de os exames não mostrarem a existência do câncer e de ela ter ficado cinco meses sem tratamento, mas eles disseram que este tipo de evento pode acontecer. "Eu acho que se os exames tivessem dado resultado positivo no início, eu teria maior chance de cura. Agora eu tenho chance de tratamento, de cura eu não tenho mais", lamentou Neide durante entrevista ano passado.