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Ossos de Cadávares Estão Jogados em Cemitério de Porto Nacional

Data do post: 19/03/2014 22:15:17 - Visualizações: (1928)

Coveiros estão sem receber e por isso deixaram de fazer manutenção. Prefeitura diz que novos profissionais estão sendo contratados.

(Foto: Paulo Carneiro/TV Anhanguera)Aldaire Pereira da Silva é coveiro há 18 anos nos cemitérios de Porto Nacional, a 60km de Palmas. Ele segue a profissão do pai, que trabalhou na área por 37 anos. Em quase duas décadas de carreira, Aldaire reclama das más condições de trabalho. Buracos abertos, lixos acumulados e até um crânio foram encontrados no local. “É precária a condição aqui.”

Adaire conta que ele e outras duas pessoas, sendo um irmão, que também é coveiro há 13 anos, eram contratados pela prefeitura de Porto Nacional para fazer os sepultamentos e dar manutenção nos dois cemitérios da cidade Nossa Senhora das Mercês e São Pedro. Só que desde dezembro, eles não recebem.

“Em novembro, nós compramos produtos para manutenção dos cemitérios e quando foi em janeiro, eles não nos pagaram nem o que gastamos, nem o que tínhamos para receber. Disseram que a prefeitura não tinha condições de manter funcionários no cemitério.”

Sem receber, os três coveiros estão fazendo trabalhos particulares. Para cada enterro, eles cobram R$ 50 da família. Já em relação à manutenção, eles deixaram de lado. Não tem como manter o serviço sem receber.”

Adaire conta que até a água foi cortada dos dois cemitérios. Quando precisam, eles buscam em um (Foto: Paulo Carneiro/TV Anhanguera)outro lugar. Em relação à energia elétrica, ele diz que os postes são ligados, mas nos cemitérios não há iluminação. Nessa semana, a família teve que enterrar com lanterna e vela.”

O coveiro ressalta também que, quando eram contratados pela prefeitura, sempre trancavam os dois cemitérios. Agora abertos, os locais são alvos de vândalos. Fica aberto, aí malandro vem e faz vandalismo.”

O trabalhador reclama ainda da falta de condições de trabalho. Mesmo quando eram contratados pela prefeitura, eles não tinham equipamentos de segurança, nem roupas adequadas. “Por falta de espaço, tem hora que colocamos um corpo em cima do outro.”

Venda de lotes

O secretário de Habitação e Meio Ambiente da cidade, Marcelo Maia, diz que o contrato com os coveiros terminou em dezembro de 2013 e que tinha conhecimento, somente, de que eles não tinham recebido no mês de janeiro. “Vamos saber o que eles têm para receber. Se eles trabalharam, têm que pagar.”

Marcelo conta que a prefeitura não renovou os contratos dos servidores porque a gestão recebeu uma denúncia de que terrenos estavam sendo vendidos de forma irregular nos dois cemitérios. “No cemitério velho Nossa Senhora das Mêrces as áreas são tituladas, se você chega lá não tem como enterrar, mas tem uma área que foi vendida por R$ 6,5 por funcionários.”

(Foto: Paulo Carneiro/TV Anhanguera)Ele alega ainda, que no cemitério São Pedro, áreas são vendidas por R$ 600 a R$ 700. Para saber a capacidade dos cemitérios, Marcelo afirma que dois funcionários fazem levantamentos nos dois locais e que a prefeitura vai disponibilizar um loteamento no setor Sul para construção de um outro cemitério. Além disso, ele diz que um terreno à frente do São José será anexado ao cemitério.

Novos coveiros também estão sendo nomeados, conforme o secretário. E, em relação à manutenção dos dois locais, ele afirma que existe um acordo com as funerárias de não deixarem lixo nos cemitérios. Os funcionários que fazem a bagunça. Eles deixam os pacotes de cimento rasgado”, diz, acrescentando que no cemitério São José, os coveiros estavam produzindo laje para comercialização, por isso a água foi cortada.

Em relação aos túmulos violados, Marcelo diz que não tinha conhecimento e que a segurança é feita pela guarda municipal. Nesse caso, tem que saber porque não estava sendo feita e mandar fazer.”

Aldaire nega que tenha fábrica de laje no local e que cobre por terreno. "Cobramos pelo serviço que fazemos."

Fonte: G1/TO

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