Centenas de Educadores que entram pela segunda semana de greve no Estado resolveram protestar de uma maneira inusitada, e porquê não até engraçada pelas ruas de Tocantinópolis onde realizaram um velório simbólico da Educação tocantinense com direito a caixão, velas e muito chororô.
A manifestação aconteceu na manhã desta terça feira (02), e começou no centro da cidade, mais precisamente na Praça Darcy Marinho, local de maior movimento do comércio tocantinopolino.
Sob o controle de policiais militares da 5ª CIPM, uma das ruas da praça foi interditada onde os educadores todos vestidos de preto, expuseram um caixão com velas e ornamentação para exemplificar um velório que teve muito chororô por parte de algumas professoras que encenaram para os risos dos comerciantes e transeuntes que acompanhavam o movimento.
Após passarem cerca de duas horas na praça, os participantes da manifestação pacífica se deslocaram em cortejo fúnebre pela Avenida Nossa Senhora de Fátima, a principal da cidade, em direção ao cemitério público municipal desativado que fica bem no centro do município.
Na encerramento em frente ao cemitério, o professor Cleber Borges leu a chamada "Oração dos Educadores" ou "Pai Nosso da Educação" que diz o seguinte: "Santifica nossos valores, venha a nós a tolerancia, seja feita a nossa valorização, assim seja cumprida nossas reivindicações, garanta para nos o pão de cada dia, perdoai as nossas manifestações, assim nós precisamos de respeito, não deixeis cair as reivindicações, mais livrai-nos das perseguições, assim seja". Leu o professor.
Na sequencia o Presidente Regional do Sintet, explicou as pessoas que estavam presentes sobre a real intenção dos educadores na manutenção da greve, onde pediu o apoio dos pais, alunos e comerciantes e para estes últimos pediu também um ato de apoio a educação pública e a sociedade tocantinense para que na próxima sexta feira (04), estes fechem as portas de seus comércios por uma hora.
Ainda na praça o professor e presidente do Sintet Regional concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Tocnoticias explicando o significado do velório, no qual muitas pessoas pensavam ser o velório do Governador, mas Cleber fez questão de explicar que era da Educação Tocantinense. "È uma forma que a gente tem para protestar sobre a UTI que o sistema educacional do Tocantins vem passando nos últimos dois anos e depois da forma truculenta que o Governo Estadual decidiu tratar a Educação decidimos então protestar dizendo que a educação falece nesse momento, uma vez que ela se depara com a falta da qualidade que ela se depara desde 2012 com a falta de recursos na escola, que ela se depara desde 2012 com a falta de dinheiro para que o professor possa comprar pincel para que ele possa comprar papel, com a precariedade da merenda escolar, com a degradação do ambiente escolar, ao qual o Governo do Estado não vem cumprindo com suas obrigações, e nós professores da regional de Tocantinópolis viemos informa a comunidade através desse ato desse velório que a educação está protestando sim que a educação permanece em greve e essa é uma forma de chamar a atenção das autoridades deste Estado de que há uma necessidade de construir uma política pública de educação de qualidade pra atender os alunos da Rede Pública Estadual de Ensino". Explicou Cleber.
Perguntamos ainda ao professor se como este ano é um ano de eleição, se os educadores já consideram o atual Governador Siqueira Campos como um morto politicamente também, o líder respondeu: "Pra nós, é fato que qualquer Governo que não tenha política para a educação estará morto para esta categoria seja o Governo Siqueira ou qualquer outro Governo que assuma o cargo e que não construa uma educação de qualidade este Governo estará falido e falecido pra categoria de professores e profissionais em educação" Disse Borges.
Quanto a tentativa do Governo de fazer os professores voltarem as salas por meio da justiça Cleber ressaltou o seguinte: "Nós já imaginávamos até conhecendo os métodos operante do atual Governo, já imaginávamos que ele entraria na justiça, porém nós entendemos que a liminar foi um ato político, foi uma tentativa de oprimir e de reprimir os trabalhadores em educação que hoje estão em greve, porém a assessoria jurídica do Sintet já está recorrendo da decisão porque nós entendemos que nós temos argumentos suficientes desde 2012 para provarmos na justiça que esta greve é legal e que ela se tornou necessária pois o atual Governo desde 2012 vem empurrando a educação sem nenhuma prioridade sem nenhuma atenção de fato e devido aos seus cumprimentos que é o dinheiro na escola que é a valorização do profissional que ele deixou de cumprir com a progressão salarial dos professores desde 2012, e que nós entendemos que se ele negociar e documentar as suas negociações essa categoria entende que é possível negociar. O problema que está acontecendo no Estado é que o Governo vive de 'Blá, Blá, Blá', vive de muita falação e não cumpre com aquilo que fala e noticia tudo ao contrário na mídia e nós convidamos inclusive a justiça desse Estado pra acompanhar uma comissão de professores pedindo as prestações de contas das escolas pedindo um acompanhamento técnico da condição física das escolas do Estado para que compreendam que esta luta que os trabalhadores em educação estão fazendo nesse momento é uma luta justa, é uma luta necessária e que este Governo que aí está precisa entender que é necessário valorizar inclusive valorizando os profissionais em educação". Respondeu o presidente.
Foi perguntado ao professor representante da classe se este ano sendo um ano de eleição eles conseguiriam a vitória na luta que estão empenhados o mesmo disse: "Essa é a esperança, essa é o principal objetivo desse movimento que vem clamar uma disputa por educação de qualidade por valorização da educação não necessariamente um clamor por disputa política porém, nós entendemos que se for necessário fazer uma política pra defender uma educação pública de qualidade nós vamos sim buscar a disputa política que é o momento que o Estado está passando e nós estamos muito firmes na nossa causa, não vamos retroceder até que o Governo ceda as negociações e garantam as reivindicações. E repito, se estendem desde 2012 e é muito maior do que simplesmente o salário, ela passa por um projeto que se disputa que se cobra do Governo do Estado o compromisso para as condições mínimas de educação para serem oferecidas para os nossos alunos da rede pública estadual". Encerrou Cleber Borges. (Assistam no vídeo abaixo a entrevista na íntegra)
Abaixo algumas fotos do movimento: