A Polícia Civil apresentou, nesta quinta-feira, 10, na sede da Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE), em Belém, os resultados de uma investigação que resultou no flagrante de um esquema de comércio de produtos anabolizantes a frequentadores de academias de ginástica, sem prescrição médica.
Dezenas de produtos, que só poderiam ser vendidos sob orientação de um profissional da Medicina, foram encontrados na casa do administrador de empresas, Felipe Martins Monteiro, 23 anos, situada em um condomínio, na rodovia Mário Covas, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. Entre os produtos, também foram apreendidas seringas para injetáveis, receituário médico e o carimbo de um médico de Belém.
As investigações mostraram que Felipe Monteiro usava o receituário e o carimbo para prescrever os produtos. Na casa dele, foram encontrados anabolizantes, produtos antienvelhecimento, hormônios de crescimento, suplementos alimentares, diuréticos, entre outros.
O flagrante foi realizado na tarde de quarta, 9, por policiais civis comandados pelo delegado Aurélio Paiva, da DIOE. Conforme o delegado Neyvaldo Silva, diretor da Divisão, a investigação foi iniciada após denúncia feita por uma empresa do ramo de medicamentos.
A partir daí, a equipe da DIOE passou a levantar informações até chegar ao paradeiro do administrador, que também é frequentador de academias de ginástica e consumidor dos produtos, popularmente conhecidos como "bombas". Ao delegado, o acusado disse ter comprado, por meio de sites na internet, cada produto, por cerca de R$ 110. Ele alega que distribuía os produtos entre um grupo de frequentadores de academias de ginástica, em Belém e Ananindeua, como forma de melhorar o condicionamento físico das pessoas.
Ainda, de acordo com Neyvaldo Silva, as investigações mostraram ainda que o acusado chegou a falsificar anabolizantes e a vendê-los como se autênticos fossem. “Ele pegava ácido ascórbico, princípio ativo da vitamina C, e misturava com outras substâncias, para fazer passar por anabolizante”, detalha. O preso foi autuado em flagrante por falsificação de documento particular, por usar receituário e carimbo, para prescrever a venda dos produtos, e foi indiciado em inquérito policial, sobre o comércio dos produtos. A DIOE vai apurar o envolvimento de outras pessoas no esquema.
ALERTA
Acionada, uma equipe da Vigilância Sanitária de Belém foi até a DIOE, na quinta-feira. As farmacêuticas Patricia Ataide e Brenda Batista identificaram produtos de venda controlada, como anabolizantes, com venda e consumo restritos à prescrição médica. Os efeitos colaterais de alguns dos medicamentos, explica Patricia Ataide, representam um risco sanitário à população. Brenda Batista ressalta que, infelizmente, o consumo desses produtos é uma prática comum no chamado culto ao corpo perfeito. “Isso faz com que muitas pessoas não pensem nos riscos que vão causar à própria saúde”, alerta.