A vida de um professor de 46 anos, ex-esposo de uma proprietária de escola particular em Tocantinópolis, passou por uma reviravolta a partir do dia 5 de novembro de 2023, quando ele foi denunciado pela ex-mulher por perseguição (stalking). O boletim de ocorrência foi registrado na 4ª Central de Atendimento da Polícia Civil de Tocantinópolis, com a denúncia sendo amplamente divulgada nas redes sociais de Palmas no mesmo dia e repercutindo em sites de notícias da região do Bico do Papagaio no dia seguinte, 6 de novembro, incluindo veículos de Tocantinópolis, cidade onde o professor residia e trabalhava na rede estadual de ensino e na escola de sua ex-esposa.
Diante das acusações, o delegado responsável solicitou à Justiça a imposição de medidas protetivas para garantir a segurança da denunciante, seus familiares e testemunhas. Entre as medidas, estava a proibição de aproximação do professor em relação à ex-esposa e a impossibilidade de ambos estarem no mesmo ambiente de trabalho, o que envolvia a escola particular onde ela atuava como dona, professora e coordenadora pedagógica.
No entanto, apenas alguns dias após o ocorrido, a própria vítima recorreu ao fórum solicitando uma alteração na medida protetiva, permitindo que o ex-marido pudesse voltar a lecionar na escola. A mudança foi concedida em 9 de novembro de 2023, restabelecendo o direito do professor de continuar exercendo sua profissão.
Apesar da gravidade da acusação, o caso ainda teria desdobramentos importantes. Sete meses depois, após a defesa do professor ser devidamente analisada pela Justiça, foi determinada a revogação da Medida Protetiva de Urgência (MPU), com base na Lei Maria da Penha, que havia sido deferida em 6 de novembro de 2023. A Justiça concluiu que o boletim de ocorrência registrado em 5 de novembro de 2023 não apresentava evidências suficientes para sustentar as alegações feitas pela denunciante. Ela não conseguiu comprovar a veracidade das acusações, mesmo sendo intimada diversas vezes.
O caso trouxe consequências significativas para o professor, com sua reputação e vida profissional sendo diretamente afetadas pela denúncia amplamente divulgada. A revogação da medida protetiva, no entanto, mostrou que as acusações não tinham fundamento, revelando que a exposição do B.O. nas redes sociais foi precipitada e sem base comprovada.
Esse caso destaca a importância de uma análise cuidadosa em situações que envolvem acusações graves como perseguição e stalking, além de evidenciar o impacto que denúncias infundadas podem ter na vida de pessoas inocentes.
Tocantinópolis - TO
