Na última quinta-feira (20/7), a JBS, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, anunciou a eleição da ex-ministra da Agricultura e ex-senadora Kátia Abreu para o Conselho de Administração da companhia. A indicação foi realizada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que possui 21% de participação na empresa. Além de Kátia Abreu, outras personalidades também foram eleitas para compor o conselho. Neste artigo, discutiremos os detalhes dessa nomeação e o contexto político em que ocorreu.
A eleição para o Conselho de Administração da JBS
Kátia Abreu, uma figura política conhecida por seu mandato como senadora entre 2007 e 2021 e por sua atuação como ministra da Agricultura no governo de Dilma Rousseff, receberá um salário de R$ 60 mil como membro do Conselho de Administração da JBS. A nomeação ocorreu por indicação do BNDES, que tem importante participação na empresa. Além de Kátia Abreu, outros dois nomes também foram escolhidos: o ex-ministro Paulo Bernardo e o executivo Cledorvino Belini.
Membros independentes e mandato
Os novos integrantes do conselho, incluindo Kátia Abreu, serão membros independentes e exercerão seus mandatos até a próxima assembleia geral da companhia. Eles assumirão os lugares deixados por Leila Abraham Loria, Claudia Pimentel Trindade Prates e Estêvão de Almeida Accioly, que renunciaram aos cargos no dia 19 de julho.
A trajetória política de Kátia Abreu e Paulo Bernardo
Kátia Abreu possui uma trajetória política destacada, tendo ocupado a presidência da Comissão de Relações Exteriores do Senado entre 2021 e 2022, além de sua atuação no Ministério da Agricultura. Já Paulo Bernardo exerceu os cargos de ministro do Planejamento e das Comunicações nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Contudo, ele também foi investigado na Operação Lava Jato e, em junho de 2016, foi preso sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. Posteriormente, em junho de 2018, foi absolvido em um dos processos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A indicação de Kátia Abreu e o contexto político
A indicação de Kátia Abreu para o Conselho de Administração da JBS é vista por alguns como um "prêmio de consolação". A ex-senadora estava cotada para assumir a vice-presidência de Agronegócios do Banco do Brasil, mas teve seu nome vetado pela Lei das Estatais. Essa nomeação levanta debates sobre as conexões entre política e setor empresarial, além de suscitar discussões sobre a governança corporativa e as responsabilidades dos conselheiros em empresas de grande porte.
A eleição de Kátia Abreu para o Conselho de Administração da JBS comprova as estreitas relações entre o meio político e o empresarial no Brasil. A indicação, realizada pelo BNDES, traz à tona questões sobre transparência, ética e governança nas corporações. Enquanto isso, a presença de Paulo Bernardo no mesmo conselho traz à memória os desdobramentos da Operação Lava Jato. Resta aguardar como essas nomeações afetarão o futuro da empresa e como serão conduzidos os trabalhos dos novos membros independentes no Conselho de Administração da JBS.