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Tocantins Rompe Barreiras: Agroindústria Indígena Em Foco

Data do post: 23/01/2024 23:13:38  Imprimir

DivulgaçãoO estado do Tocantins está prestes a testemunhar um marco histórico: a implantação da primeira agroindústria dentro de um território indígena. Na busca por autonomia e desenvolvimento econômico, o povo Xerente, da aldeia de Tocantínia, está determinado a operar uma fábrica de farinha e derivados de mandioca totalmente conduzida pelos próprios indígenas. Este projeto inovador conta com o apoio do Governo do Estado do Tocantins, que direcionará recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE) para impulsionar essa iniciativa única.

O aporte financeiro substancial de R$ 600 mil foi aprovado na primeira reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Estado (CDE), realizada na última segunda-feira, 22. Os próprios indígenas apresentaram o projeto aos conselheiros, que o aprovaram por unanimidade, gerando entusiasmo entre todos os envolvidos.

Pedro Paulo Gomes da Silva, presidente da Associação de Brigadistas Indígenas Xerente (Abix), destacou a importância do projeto como uma mudança de paradigma para o povo Xerente. Ele ressaltou que o empreendimento representa não apenas desenvolvimento econômico, mas também uma quebra de paradigmas e preconceitos sobre a produtividade nas comunidades indígenas. "É um projeto que abrange muitas áreas e tem um impacto positivo quase incomensurável diante do sofrimento enfrentado pelo nosso povo", afirmou.

Narubia Werreria, secretária de Estado dos Povos Originários e Tradicionais, participou da reunião do CDE e enfatizou a inovação da iniciativa, que valoriza simultaneamente a cultura e o potencial econômico da comunidade indígena. Ela descreveu o momento como histórico e afirmou que, com o financiamento aprovado, o projeto será levado a um novo patamar, envolvendo a industrialização e o beneficiamento dos produtos cultivados no território indígena.

Tradicionalmente, os Xerente cultivam e beneficiam a mandioca em suas aldeias, produzindo derivados como farinhas, beiju, polvilho, massa puba e massa para bolo de maneira artesanal. Esses produtos são vendidos para programas de merenda escolar e compra direta.

A agroindústria busca aumentar a produtividade e a competitividade no mercado, transformando Tocantínia em um polo industrial de produção de derivados da mandioca com apelo sócio-etno-ambiental. A iniciativa beneficiará diretamente 722 famílias em 80 aldeias, que dependem do cultivo da mandioca para subsistência.

Carlos Humberto Lima, secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, e presidente do CDE, ressaltou a importância de direcionar recursos do FDE para empreendimentos coletivos de comunidades indígenas e tradicionais. Ele destacou o compromisso do governo em promover o desenvolvimento socioeconômico, especialmente entre comunidades tradicionais.

A agroindústria será instalada na base da Abix, na aldeia Cachoeirinha, no centro dos territórios indígenas Xerente e Funil, aproximadamente a 27 km da cidade de Tocantínia. Com esse empreendimento, os Xerente almejam não apenas cultivar a mandioca, mas também aprender a "fazer dinheiro" de forma sustentável, contribuindo para seu próprio desenvolvimento econômico e social. Este é um passo significativo em direção à autonomia e prosperidade para o povo Xerente e um exemplo inspirador para outras comunidades indígenas em todo o país.

Fonte: Redação Tocnoticias

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