O Banco do Brasil está negociando a compra da metade do capital do Banco Votorantim que pertence ao Grupo Votorantim, num movimento que poderia ajudar o maior banco do país a fortalecer sua posição no mercado de financiamento automotivo.
- Está em negociação – disse à agência inglesa de notícias Reuters uma fonte familiarizada com o assunto, sob condição de anonimato.
A informação vem a público poucos dias após o BB ter reportado seus resultados de janeiro a março, que foram afetados por um prejuízo de R$597 milhões do Banco Votorantim no período.
A fonte não deu mais informações, porque os termos das negociações estão sendo discutidos.
Foi o terceiro trimestre seguido de perda líquida do Votorantim. E a expectativa do BB é de que o banco seguirá apresentando resultados líquidos negativos nos próximos meses, embora menores.
O BB registrou lucro menor que o esperado no primeiro trimestre e disse que vai destinar cerca de 25% mais recursos para cobrir perdas previstas com créditos ruins, parte delas provenientes do Votorantim.
Pelo acordo firmado na ocasião, o controle do Banco Votorantim foi preservado nas mãos do Grupo Votorantim, da família Ermírio de Moraes.
Em 2011, o BB implementou mudanças operacionais nos modelos de aprovação de crédito do Votorantim e praticamente fechou as portas para novas concessões.
Isso porque o banco estatal considerou deficientes os modelos de risco do Votorantim, que tinha boa parte da carteira atrelada a financiamento de carros usados, um dos segmentos cujos calotes mais subiram recentemente.
O índice de inadimplência do Votorantim chegou a bater 7,1%, mais que o triplo do apurado pelo BB.
- Foram feitas mudanças espartanas – disse recentemente à Reuters um alto executivo do banco.
Consultado, o BB não enviou um comunicado oficial até a conclusão desta reportagem. Um porta-voz da Votorantim disse à Reuters por telefone que o banco não está à venda e que a família Ermírio de Moraes tem “o compromisso de ficar com o banco”. (Reuters/Correio do Brasil)