Em busca de mudanças e melhorias na saúde indígena, representantes e lideranças das sete etnias do Estado ocuparam, no final da manhã de ontem, o prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) no Tocantins. Os indígenas prometem ficar no local até que as reivindicações sejam atendidas, dentre elas a exoneração da coordenadora do Dsei no Estado, Evonesília Noleto, e a troca de todas as chefias dos Polos Base, que estão localizados nos municípios que possuem povos indígenas nas proximidades. Os índios estão na Capital desde a noite da última segunda-feira e montaram acampamento na Praça dos Girassóis.
Segundo a coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Eliane Franco Martins, a maior preocupação é em decorrência da falta de estrutura nas aldeias. "Eles pedem mais Agentes de Saúde Indígena e Agentes de Saneamento Básico. Hoje são 78 agentes ao total. Tem caso que chega a um agente para atender a dez aldeias", explicou, acrescentando que devido à distância entre as aldeias muitos indígenas acabam ficando sem atendimento. O número de agentes teria sido reduzido no último ano e prejudicado principalmente as aldeias menores.
Ela exemplificou que para atender as 60 aldeias Xerente, localizadas no município de Tocantínia, são apenas 12 Agentes de Saúde Indígena.
Na tarde de ontem, os servidores do Dsei não retornaram ao órgão, bem como a coordenadora Evonesília não foi localizada para comentar o caso.
Eliane disse que o encontro das lideranças e coordenação do Dsei só deverá ocorrer com a autorização da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), de Brasília (DF). O JTo entrou em contato com a assessoria de comunicação da Sesai, por telefone, no final da tarde, mas não ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto. Acampamento Cerca de 150 índios estão acampados na Praça dos Girassóis, em Palmas, desde a última segunda-feira. Eles integram as sete etnias do Estado - Krahô-Canela, Apinajé, Xambioá, Xerente, Krahô, Javaé e Karajá. ▩
Josiane Mendes/JT
