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Pescadores Denunciam Ceste por Nova Mortandade de Peixes, Empresa Emite Nota se Defendendo

Data do post: 30/05/2012 00:39:47 - Visualizações: (1679)

Peixes mortos estão sendo encontrados nas margens do Rio Tocantins nos trechos abaixo da barragem, pescadores acusam o CESTE.

No último dia 22 de maio, logo pela manhã os pescadores Manoel Pereira de Sousa, conhecido por 'peixeiro' e seu colega de trabalho Valmir Alves, filmaram a grande quantidade de peixes que continuam a morrer, no leito do rio Tocantins, abaixo da Usina Hidrelétrica de Estreito, nas praias da Ilha Cabral.

Os pescadores da região reclamam desde 2010, sobre a mortandade de peixes no Rio Tocantins, após a construção da Usina Hidrelétrica de Estreito, onde os peixes, tanto de superfície como os de profundidade, estariam morrendo e inviabilizando a prática de pesca.

Segundo o presidente da Colônia de Pescadores de Tocantinópolis, João Haroldo Gomes de Almeida, "houve e continua a ocorrer um verdadeiro extermínio do pescado, onde não se pesca mais os peixes comuns da época do ano, como o pacú, o piau e muitas outras espécies", afirmando ainda que o pescador vem passando por sérias privações no dia-dia para sustentar suas famílias.

Os pescadores Manoel Pereira e Valmir Alves, segundo afirmam, depararam, logo cedo, com um amontoado de peixes mortos, tanto grandes, de couro, como pequenos, de escamas, e logo próximo ao local, verificaram que a quantidade de peixes mortos era tão grande e o cheiro tão forte, que a população de urubus tomava conta do local.

Fotos Portal MouranetSegundo Valmir Alves, os pescadores profissionais, aqueles filiados à respectiva Colônia, geralmente vão para o rio apenas com material de trabalho, que a mortandade de peixes nunca parou, e que a cada dia que passa fica mais escasso o numero de peixes, bem como a dificuldade para captura dos mesmos.  Afirma ainda Valmir que "que por não terem uma máquina fotográfica e até mesmo de não se preocuparem em levar, os pescadores ficam sofrendo na labuta da pesca desde 2010, quando toneladas e mais toneladas de peixes morreram, e passam por dificuldade para manter as famílias", concluiu.

Já o outro pescador, companheiro de trabalho de Valmir, e que testemunhou a grande quantidade de peixes mortos nas praias da Ilha Cabral, em Aguiarnópolis, no último dia 22 de maio, disse que o CESTE mantém pessoal com uma embarcação cuja finalidade única é fazer a coleta dos peixes mortos, os quais são levados para outro local e enterrados. Disse ainda que justamente quando estavam fotografando, a embarcação que trabalha para o CESTE procurou desviar e distanciar dos pescadores, principalmente pelo fato de que sabiam que a mortandade estava sendo registrada.

Um vídeo amador, feito pelos próprios pescadores comprova a mortandade dos peixes, da existência de urubus no local, dando a nítida impressão de que peixes se encontravam, naquele local, em estado de decomposição.

Vejam logo abaixo o vídeo feito pelos pescadores:

Logo após a matéria ser divulgada na imprensa o CESTE se manifestou através da seguinte nota:  

Nota à imprensa

 O Consórcio Estreito Energia (CESTE) desenvolve de forma permanente, no âmbito do Projeto Básico Ambiental aprovado pelo IBAMA, o monitoramento da ictiofauna, através de consultores especializados.  O CESTE informa que desconhece qualquer ocorrência recente de morte de peixes na região da área de abrangência da Usina Hidrelétrica Estreito decorrente de sua operação. Contudo, o CESTE enfatiza que existe uma equipe de monitoramento mobilizada  para aveiguar qualquer pertinência da denúncia , bem como, se for o caso, apurar possíveis causas.

 

Vale ressaltar que o CESTE, responsável pela implantação da Usina de Estreito, reitera que vem cumprindo todos os compromissos por si assumidos no processo de licenciamento ambiental conduzido pelo IBAMA, bem como com as obrigações decorrentes de sua posição como responsável pela implantação deste empreendimento, sejam de ordem social ou ambiental.

A DIRETORIA

Rio de Janeiro, 29 de maio de 2012

Fonte: Portal Mouranet