Dois agricultores foram atropelados e mortos na Transamazônica. Suspeito foi identificado e está foragido. Ele pode responder por homicídio.
Foi sepultado nesta quarta-feira (20), em Altamira, sudoeste do Pará, o corpo de Leidilene Machado, que morreu após ser atropelada durante um protesto de trabalhadores rurais na rodovia Transamazônica, na segunda-feira (18), próximo ao canteiro de obras de Belo Monte. O corpo de Daniel Vila Nova, que também morreu atropelado, está sendo velado nesta tarde.
Os dois foram atingidos por um carro que furou o bloqueio dos manifestantes. O suspeito do crime foi identificado e está foragido. Izaque Gonsalves Campos, de 26 anos, trabalhava como operador de máquinas pesadas nas obras da Usina de Belo Monte.
Segundo o delegado da Superintendência Regional da Polícia Civil, Rodrigo Leão, o responsável pelo atropelamento pode ser indiciado por homicídio. “Quando ele joga o veículo em cima de uma barricada, em pneus, o motorista poderia presumir que ele poderia perder o controle do veículo e vir a atingir essas pessoas. Ele pode responder por homicídio doloso", diz o delegado.
As lideranças do protesto estão indignadas e afirmam que o crime teria sido planejado. "A pessoa acelerou e partiu pra cima. Ele fugiu, foram atrás dele de moto", conta o agricultor Deilson Fernandes.
"As pessoas não estavam fechando a estrada no km 55. Ele mirou exatamente em cima das pessoas", declarou João Batista, coordenador da Fundação Viver, Produzir e Preservar.
Cerca de 500 agricultores continuam interditando nesta quarta-feira (20) o km 27 da BR-230, conhecida como rodovia Transamazônica, impedindo o acesso ao Sítio Pimental, um dos principais canteiros de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Vitória do Xingu, sudeste do Pará. De acordo com o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), as atividades estão parcialmente paralisadas.
Os trabalhadores rurais iniciaram a ocupação dos acessos aos canteiros da usina na última segunda-feira (18), quando chegaram a fechar o km 27, bloqueando o acesso ao Sítio Canais e Diques e Pimental; km 40 que leva ao Sítio Belo Monte; e km 55 por onde se chega também ao Sítio Pimental e à vila residencial, onde moram 7.200 pessoas. Na noite da última terça-feira (19), a ocupação dos km 40 e 55 foi foram desfeitas. Os agricultores reivindicam a regularização fundiária, crédito e melhorias para agricultura familiar em 10 municípios da região do Xingu, como a extensão do projeto "Luz para Todos".
A Norte Energia, empresa responsável pela construção e operação da usina, disse que em relação à área e ao escritório da Norte Energia no bairro Jatobá, em Altamira, o juiz substituto da 2ª Vara Cível e Empresarial de Altamira determinou em liminar de posse a saída dos ocupantes, com prazo de quatro horas, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia. A área e o escritório da Norte Energia estavam ocupados desde segunda-feira (18). A empresa também informou que as demandas dos manifestantes não têm relação com as obras.
Reivindicações
A rodovia Transamazônica, que estava interditada desde segunda (17), foi liberada na tarde desta quarta (20). Em reunião entre os manifestantes e representantes do Governo Federal, ficou acertado que uma comissão de agricultores irá a Brasília na semana que vem para negociar melhorias para os trabalhadores rurais da região do Xingu.
Na noite da última terça-feira (19), a ocupação dos km 40 e 55 foi foram desfeitas. Os agricultores reivindicam a regularização fundiária, crédito e melhorias para agricultura familiar em 10 municípios da região do Xingu, como a extensão do projeto "Luz para Todos".
Na manhã esta quarta-feira (20), cerca de 500 agricultores continuaram interditando o km 27 da BR-230, a rodovia Transamazônica, impedindo o acesso ao Sítio Pimental, um dos principais canteiros de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Vitória do Xingu, sudeste do Pará.