Grupo fraudava cadastros e documentos para acessar contas bancárias. Operação ocorreu no Distrito Federal, em Pernambuco e Goiás.
Uma operação da Polícia Civil prendeu sete pessoas na manhã desta quarta-feira (10) suspeitas de integrar uma quadrilha de fraudes com cartões de crédito do tipo black – de clientes de alta renda – em Brasília, Pernambuco e Goiás. De acordo com a corporação, eles fraudavam cadastros e documentos para ter acesso a contas bancárias. O prejuízo é estimado em R$ 15 milhões. O número de vítimas não foi divulgado.
Dois suspeitos seguem foragidos. Ao todo, 26 pessoas teriam ligação com o crime. Todas são moradores de Ceilândia, Vicente Pires, Águas Claras, Riacho Fundo e Samambaia. Elas levantavam quem tinha os cartões black por meio de listagens de cinco bancos, ligavam para as instituições se passando pelas vítimas e falavam que os cartões haviam sido extraviados.
Para receber a segunda via, os suspeitos mudavam o endereço da entrega, e um laranja apresentava uma carteira de identidade falsa. Segundo o delegado-chefe da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor à Ordem Tributária e a Fraudes, Jefferson Lisboa, às vezes eles chegavam a receber os cartões no endereço verdadeiro da vítima.
"Ficavam do lado de fora esperando o carteiro chegar, perguntavam se tinham correspondência para tal pessoa, mostravam a carteira e pronto", declarou.
A polícia afirmou que ainda não sabe como os suspeitos conseguiam a lista dos clientes de alta renda. Por enquanto, nenhum funcionário de banco foi indiciado, mas a participação de alguém de dentro das instituições não está descartada.
A partir de 22 mandados de busca e apreensão, foram encontradas máquinas para fabricar cartões de crédito e ler cartões e documentos falsos. Sete carros e duas motos, uma no valor de R$ 63 mil, também foram recolhidos pela polícia.
"Não tinham limites para gastos porque os cartões não eram deles. Saíam gastando. Chegaram a comprar R$ 20 mil em uma loja em um shopping. Tinham que pegar o cartão e gastar o mais rápido possível por causa do sistema de segurança dos bancos. Pegavam ainda empréstimos pré-aprovados de altos valores e transferiam o dinheiro para contas de laranjas", afirmou Lisboa.
A investigação teve início há seis meses. O sigilo bancário e fiscal de todos os presos foram quebrados. Eles responderão por organização criminosa, uso de documentos falsos, estelionato e furto mediante fraude. A pena ultrapassa os 20 anos de prisão.