Ela foi vista pela última vez entrando no carro dela com o rapaz, em Goiás. Além disso, ele já tinha passagens por furtos de veículos e até animais.
O jovem de 28 anos, suspeito de sequestrar a ex-namorada, a estudante de direito Nathália Lorraine de Araújo Sousa, de 24 anos, por não aceitar o término, já agrediu outras duas mulheres com quem manteve relacionamento, disse ao G1 o delegado responsável pelo caso, Thiago Junqueira. A jovem foi vista pela última vez na segunda-feira (8) entrando no carro dela acompanhada do rapaz, após sair da faculdade em São Luís de Montes Belos, a 127 km de Goiânia.
Os dois seguem desaparecidos. A polícia trabalha com a hipótese de que Nathália esteja sendo mantida refém ou até tenha sido morta pelo rapaz. As buscas estão sendo feitas por aproximadamente 100 pessoas, entre policiais civis, militares e bombeiros.
A Polícia Civil informou que já existiam dois mandatos de medida protetiva contra o rapaz. “Um deles foi emitido em 2012 e outro, em 2014, por agredir duas namoradas em Guapó, na Região Metropolitana. Ele se mudou para Firminópolis [a 110 km de Goiânia] há quatro meses e estava trabalhando com serviços braçais nas fazendas da região. Há três meses, ele e a Nathália se conheceram e começaram a namorar”, contou o delegado.
Junqueira disse também que já entrou em contato com a polícia de Guapó para tentar localizar as vítimas de agressões e ameaças do suspeito. O objetivo é tentar obter alguma informação que possa ajudar a traçar a personalidade do rapaz ou obter alguma pista sobre onde ele estaria escondido.
Segundo o delegado, além das medidas protetivas, o suspeito também tem várias passagens por furto de carros, motos e até animais em fazendas. Ele chegou a ser preso pelos crimes, mas aguardava o julgamento em liberdade.
Caso
Grávida de três meses do suspeito, Nathália já foi agredida pelo suspeito quando terminou o relacionamento, segundo a polícia. No último sábado (6), ela chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o rapaz. Diante desse fato, amigos de faculdade da jovem estranharam quando ela entrou no carro com o suspeito e decidiram seguir o veículo.
“Os colegas sabiam que ela já tinha sido agredida e, ao ver que ele entrou no carro dela, decidiram segui-lo. Com isso, quando eles já estavam em Firminópolis, viram que o carro parou em uma rua e voltou a agredir a Nathália. A jovem tentou fugir, mas foi impedia e jogada no veículo. Ele tentou fechar a porta diversas vezes, mas como as pernas dela estavam para fora, não conseguia. Aí ele deu chutes, murros, até colocá-la lá dentro e fugiu”, relatou.
As testemunhas disseram à polícia que não ajudaram a estudante, pois tiveram medo de que o rapaz estivesse armado. “Em seguida ele arrancou com o carro e sumiu. Na manhã de terça-feira [9], começamos as buscas pela cidade e encontramos o veículo abandonado na zona rural da cidade, com marcas de sangue. Acreditamos que elas possam ser referentes à agressão sofrida pela vítima, mas não descartamos que algo mais grave, como a morte dela, tenha ocorrido”, disse Junqueira.