A ação ocorreu no dia 29 de maio pelo Núcleo de Defesa da Saúde. Duas crianças não recebem tratamento adequado por falta de materiais.
Falta de fraudas, materiais para procedimentos de traqueostomia, sondas, cadeiras e outras irregularidades, foram constatadas em uma vistoria realizada no Hospital Infantil de Palmas, pelo Núcleo de Defesa da Saúde da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE), no dia 29 de maio. As informações, divulgadas nesta quinta-feira (11) pela DPE, afirmam que objetivo era verificar as condições e o atendimento de duas crianças, que não tiveram o nome divulgado e que necessitam de um atendimento especial.
Segundo a Defensoria, profissionais relataram ainda a ausência de materiais como poltrona, cadeira hospitalar, capa de silicone que envolvem os colchões, materiais de higiene, inclusive fraudas infantis, pois as fornecidas causam assaduras e não são absorventes, sonda de gastrostomia e materiais para fixação da traqueostomia. Todos os materiais são essenciais no tratamento das duas crianças referidas.
Ainda segundo o órgão, as crianças são portadoras de uma sequela grave de encefalopatia hipóxico isquêmico e não há previsão de alta devido à gravidade do quadro de saúde. A doença afeta geralmente recém-nascidos e é uma dificuldade em manter a respiração, ocorrendo alteração no nível de consciência, convulsões e outras complicações. O órgão informou ainda que as crianças estão sendo cuidadas na Casa Abrigo Raio de Sol, pois foram abandonadas pelas famílias.
De acordo com a Defensoria Pública, foi constatado também um risco de infecção hospitalar, pois o ambiente da Unidade de Terapia Intensiva é improvisado e não possui equipamentos adequados. O órgão diz ainda que relatos acusaram a ausência de local adequado para armazenar a bala de oxigênio o que pode ser a cauda de mortes na unidade. A vistoria mostrou ainda que há uma persistência na falta de leitos de UTI e uma lista do uso do carro de emergência que deveria ser feita diariamente e acontece mensalmente.
Conforme as informações da Defensoria, um relatório apontando as irregularidades foi encaminho ao Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e ao Departamento Nacional de Auditoria de Sistema Único de Saúde.
Em nota a Secretaria da Saúde do Estado informou que as duas crianças são acompanhadas por vários profissionais de enfermagem exclusivos em um quarto isolado e que todos os materiais e medicamentos que as duas necessitam estão sendo adquiridos, inclusive as fraudas e materiais para fixação de traqueostomia que, segundo a secretaria, já estão à disposição das pacientes.
A Sesau informou ainda que as situações referentes ao carro de emergência e bala de oxigênio já foram resolvidas e que sempre são disponibilizados leitos de UTI nos hospitais públicos ou particulares.