A suspeita é de que o animal tenha sido abandonado por um morador. Sagui não estava conseguindo interagir com os outros animais do parque.
Uma macaca foi recolhida do Parque Cesamar, em Palmas, após dar mordidas nos visitantes. Por precaução, alguns tiveram que ser encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento, mas sem ferimentos graves. Segundo informou a Guarda Metropolitana de Palmas, o animal provavelmente é domesticado e foi deixado no local por uma pessoa não identificada. Apesar dos registros de ataques, o órgão disse que ele é dócil, mas parecia estressado.
No último sábado (20), o morador da capital, Roger Teles, fez um vídeo da macaca. Ela foi flagrada na pista de caminhada. Correndo no meio-fio, ela parecia acompanhar o homem durante a atividade física. "Ela é bem mansinha, ficava próxima das pessoas, mas parece que não estava conseguindo se entrosar com o restante dos macacos e nem com o local porque era domesticada".
Apesar de ser dócil e da interação que tinha com as pessoas, a médica veterinária da Prefeitura de Palmas, Natália Basan, disse que o animal estava estressado por causa do contato com os visitantes do parque, principalmente com crianças que queriam pegá-lo à força. “Todo animal, seja ele doméstico ou não, tem que ser bem manejado. Como ele ficava estressado, ao puxá-lo ele se defendia mordendo”.
Por causa dos registros de mordidas, a macaca foi recolhida e levada para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Araguaína, norte do estado, onde ficará em quarentena.
"A gente, de imediato, veio ao local e fez a captura espontânea. Não precisou nem ter uma intervenção de pegá-la, ela simplesmente subiu no fiscal e a levamos até o quartel, colocamos em uma gaiola e ela foi levada a Araguaína", informou o gerente de divisão ambiental da Guarda Metropolitana de Palmas, Heleno Freitas.
Segundo Freitas, se não for comprovada nenhuma anomalia durante a quarentena, o animal será devolvido ao habitat natural, caso não se adapte, será conduzido para o projeto Aratama, em Presidente Kennedy, norte do Tocantins.
Soltar é o melhor caminho?
De acordo com a veterinária do Instituto de Natureza do Tocantins (Naturatins), Graziela Pacheco, a macaca é uma sagui de tufo preto, adulta. Ela explicou que, em geral, a soltura de animais não cabe ao cidadão mas aos órgãos ambientais.
"Se tiver acontecido mesmo, foi uma irresponsabilidade. O animal tem de ser entregue a um dos órgãos ambientais, depois ele é encaminhado ao Cetas, onde passa por observação. Ele pode estar doente, lá ele vai ter a saúde e o comportamento avaliados. Depois, ele passa a conviver com um grupo de animais para se adaptar".
Apesar de serem dóceis, animais silvestres podem agredir as pessoas para se defender e, consequentemente, transmitir doenças. "Tem o problema da raiva, especificamente do macaco, tem o tétano que é perigoso e tem as doenças não transmitidas pela mordida, mas pelos vetores, como febre amarela e a leishmaniose. Tem que ter cuidado, quando a pessoa é mordida, ela tem que ir para o Pronto Atendimento", explicou a bióloga Bruna de Almeida.
Se esse contato não é muito bom para os humanos, também não é para os animais. Dar alimentos para os bichinhos, por exemplo, "não pode acontecer de forma alguma", segundo a bióloga. Os órgãos alertam que o ideal é que as pessoas entreguem os animais ou ligue para o 153. O que vale ressaltar é que quando a pessoa entrega, não sofre penalização.