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Escutas Telefônicas Revelam Esquema que Comandou Incêndios a Ônibus

Data do post: 03/07/2015 20:45:09 - Visualizações: (570)

Ordem para os ataques partiu da Casa de Prisão Provisória de Palmas. Ônibus foram incendiados em Palmas e Araguaína, no início deste ano.

(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)A Polícia Civil do Tocantins concluiu as investigações sobre os ataques aos ônibus que ocorreram este ano no estado. As escutas telefônicas revelaram que a ordem para incendiar os veículos partiu de dentro da Casa de Prisão Provisória de Palmas. Os incêndios foram registrados no final de fevereiro e início do mês de março, em Palmas e em Araguaína.

Em um trecho da gravação autorizada pela Justiça, e que pode ser vista no vídeo acima, é possível ouvir a conversa entre dois homens. Um deles, Nataniel Silva de Oliveira, estava preso na CPP, na época dos ataques. O outro, é Marlon Pereira de Sousa, que até então estava em liberdade. "Ei irmão, é o seguinte: nossos irmãos lá no Barra Presídio Barra da Grota, em Araguaína estão sendo oprimidos. Aí nós vamos tocar fogo num baú. O senhor vai só pilotar, o molequinho vai fazer a ação", diz Natanael. No diálogo, Marlon confirma e aceita a ordem. "Pode crer".

Em Palmas, foram três ataques em um único fim de semana. O primeiro na região norte da cidade. O segundo na TO-050, perto de Taquaralto. O terceiro ônibus foi atingido com cinco tiros porque o motorista não obedeceu a ordem de parada dos criminosos. Em Araguaína, três ônibus foram queimados em uma mesma noite.

"A determinação desce para os presídios. O pessoal de dentro do presídio recruta o pessoal da cidade e eles fazem a queima dos ônibus", explicou a delegada Liliane Albuquerque. Mensagens de texto nos aparelhos celulares dos suspeitos confirmaram que o objetivo do grupo era ajudar os outros membros da facção. Nesta conversa, divulgada pela polícia, é possível perceber a ordem que partiu de um preso da CPP de Palmas com outro crimininoso que estava em liberdade. "Aí mano, estamos precisando de uns irmãos aí fora para bater o terror. Tem uns irmãos nosso, lá em cima sendo oprimidos pelo verme no isolamento. Precisamos fazer alguma coisa. Um salve dos irmãos lá de cima para todos os estados. Um salve é parar o busão, descer todo mundo, sem roubar ninguém, sem machucar ninguém. Depois, meter gasolina, meter fogo e uma pequena frase para o motorista".

A expressão "verme" usada pelo criminoso se refere aos policiais responsáveis pela segurança nos presídios. O "salve" é como um recado. Em cada ataque, um bilhete era deixado aos motoristas com a seguinte frase: "Isso é pelas opressões nos presídios do estado do Tocantins. Se não parar, vai ter mais".

O resultado das investigações deixa claro que facções criminosas no Tocantins comandam crimes de dento dos presídios. "As investigações são difíceis, são complexas. Mas a existência deles no nosso estado está comprovada", afirmou a delegada.

Questionado, o governador Marcelo Miranda adimitiu a existência do crime organizado. "Sabemos que têm algumas facções, não queremos isso no Tocantins, mas pode mais uma vez ter a convicção que o governo Marcelo Miranda está voltado e preocupado com isso tudo. Nós vamos aumentar o nosso efetivo para que possamos, não só nas delegacias, mas também nos comandos, dar condições para que as pessoas possam discutir com a sociedade políticas públicas para desestabilizar essas facções".

Fonte: G1/TO