Quem for pego com material pode ser detido e pagar multa de até R$ 1,5 mil. Este ano, duas pessoas morreram e uma se feriu com as misturas cortantes.
A Polícia Militar está fazendo uma campanha na Grande Goiânia para conscientizar crianças e adolescente a não usar cerol ou linha chilena, substâncias feitas com pó de vidro ou pó de alumínio nas pipas. Dentro desse projeto, o objetivo também é recolher os carretéis que estejam com a mistura. Em Goiás, duas pessoas já morreram após ter o pescoço cortado por linhas com cerol este ano e uma ficou ferida.
Durante o trabalho, policiais vão distribuir panfletos e conversar com os pais e também com as crianças e adolescentes que estão soltando pipa para explicar os riscos da mistura cortante. Nos últimos 15 dias, já foram feitas 100 apreensões de linhas e pipas.
“Vale ressaltar que ano passado, em todo Brasil, nós tivemos cerca de 130 mortes por linhas com cerol e cerca de 500 ocorrências de menor potencial”, relatou o tenente-coronel Eder Fernandes.
O policial explicou também que quem estiver usando cerol nas pipas pode responder criminalmente. “O Código Penal prevê prisão de 3 meses a 1 ano para quem expõe a integridade física das pessoas. E soltar pipa com cerol expõe a integridade física. Quem estiver soltando pipa com a mistura vai ser conduzido para a delegacia, e os pais também serão responsabilidades”, esclarece.
O cerol é uma mistura feita com cola e vidro moído e consegue cortar blocos de isopor e até mesmo garrafas plásticas.
Já a linha chilena é comprada pronta, tanto em lojas de aviamento quanto em redes sociais. Ela é feita com pó de alumínio e tem o poder de corte quatro vezes maior que o cerol. A multa para que for pego usando ou mesmo vendendo esses produtos pode variar de R$ 200 a R$ 1,5 mil.
A linha representa um risco principalmente para motociclistas. Com a velocidade, o condutor não enxerga o material e tem o pescoço cortado de maneira profunda. Para tentar evitar os acidentes, muitos estão instalando antenas metálicas nos veículos fazer a proteção. O custo aproximado é de R$ 5, cada.
No último dia 2, um motociclista de 60 anos morreu na BR-153, no perímetro urbano de Goiânia após ser atingido por uma dessas linhas. Já em Itumbiara, outro condutor teve o pescoço cortado por cerol no último dia 25.