Vítima foi encontrada dentro de um latão de lixo em Uberlândia. Segundo advogado, não há data para julgamento; família pede justiça.
Prestes a completar seis meses da morte da tocantinense Kesia Freitas Cardoso, de 26 anos, o rapaz que confessou o crime à polícia continua em liberdade e ainda não tem data para ser julgado. O assassinato ocorreu no dia 16 de janeiro deste ano, em Uberlândia. O corpo da jovem foi encontrado três dias depois dentro de um latão de lixo, no Bairro Industrial. A garota estava na cidade mineira a trabalho.
O homicídio foi investigado pela Polícia Civil e o inquérito finalizado no início de fevereiro. Na época, Iron Guilherme Alves, de 23 anos, confessou o crime e contou que tudo começou com uma discussão devido ao preço combinado por uma hora com a vítima, que além de empresária também era garota de programa. Depois do desentendimento, ele disse em depoimento que Kesia Freitas o atacou pelo pescoço e ele reagiu utilizando uma faca.
Segundo a polícia, como Iron Guilherme não tinha passagens pelo sistema criminal, não havia sido pego em flagrante e não havia nenhum mandado de prisão contra ele, não foi detido na época. A prisão, nesse caso, ocorreria se houvesse elementos presentes do artigo 302 (risco a ordem pública, risco a instrução processual, risco a ordem econômica e o risco de frustrar a aplicação da lei penal).
O advogado de acusação Adriano Parreira de Carvalho disse que o processo já está na mão do juiz há dois meses, mas que devido à quantidade de trabalho do Judiciário ainda não foi marcada uma data para tratar do caso. “É só um juiz para cuidar de milhares de processo e enquanto não há uma decisão, Iron Guilherme continua solto. Já se passaram quase seis meses e ainda não tivemos uma resposta da Justiça. A família, os amigos e a sociedade esperam por essa resposta”, disse.
Adriano Parreira acrescentou que existem casos que podem demorar de quatro a cinco anos até chegar à condenação. “É um absurdo, mas são as leis”, afirmou.
Já a advogada de Iron Guilherme, Ana Lucia do Nascimento, ressaltou que o cliente continua solto aguardando os procedimentos judiciais.
Família pede por Justiça
O irmão de Kesia Freitas, Hillson Freitas falou da dor da família nesses quase seis meses de perda. “É um absurdo ver o homem que matou a minha irmã solto. O mínimo que esperávamos era que ele não estivesse em liberdade”, contou.
Hillson acrescentou que para a família nada justifica a impunidade e que eles enxergam Iron Guilherme como um risco para a sociedade. “Sentimos mal em ver uma pessoa que fez o que fez vivendo uma vida normal e nós vivendo uma vida de sofrimento e de dor, implorando por justiça. Quem fez uma vez, pode fazer outra”, ressaltou.
O irmão da vítima disse ainda que familiares e amigos estão organizando uma viagem para Uberlândia para fazerem uma manifestação pedindo por respostas, pela prisão do apontado no crime. “Em breve vamos sair de Tocantins e mais uma vez pedir por justiça em Minas Gerais. A intenção é fazer uma manifestação no Fórum de Uberlândia”, concluiu.