Jhonathan de Souza cumpre pena de 25 anos no presídio federal em MS. Audiência será realizada por de videoconferência.
Após ser condenado a 25 anos de prisão pelo assassinato do jornalista Décio Sá, Jhonathan de Souza Silva vai enfrentar novo julgamento nesta terça-feira (11), a partir das 14h, no Fórum de São José de Ribamar. Ele será julgado pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma de fogo, segundo informações contidas nos autos do processo.
A audiência será realizada por meio de videoconferência, pois Jhonathan continua preso em presídio federal de Campo Grande (MS). O juiz Antônio Fernando dos Santos Machado, da 2ª Vara Criminal de São José de Ribamar, será quem presidirá a audiência.
Dos 12 acusados de participar direta e indiretamente da trama que resultou na morte do jornalista, apenas dois já foram julgados. O assassino confesso Jhonathan de Souza Silva, condenado a 25 anos de prisão em regime fechado, e o piloto da motocicleta que deu fuga e ele Marcos Bruno, condenado a 18 anos de prisão em regime fechado.
Agiotagem
A investigação da execução de Décio Sá resultou na descoberta de um esquema de agiotagem praticado em mais de 40 prefeituras do Maranhão com envolvimento dos empresários Gláucio e Miranda, de vários gestores municipais, outros agiotas, policias, blogueiros e jornalistas.
No dia 31 de março, foi deflagrada a "Operação Imperador", pela qual foi presa temporariamente a ex-prefeita de Dom Pedro (MA) Maria Arlene Barros e o filho Eduardo Costa Barros.
A polícia disse que mais de R$ 5 milhões foram desviados da prefeitura entre 2009 e 2012. Na ocasião, o secretário de Segurança Pública Jefferson Portela garantiu que as 42 prefeituras estão sendo investigadas e que inquéritos serão abertos para a realização de operações em cada uma delas.
O crime
O jornalista Décio Sá foi assassinado com cinco tiros por volta de 23h de uma segunda-feira, 23 de abril de 2012, quando estava em um bar na Avenida Litorânea, na orla marítima de São Luís - um dos principais pontos de turismo e lazer da capital maranhense.
Ele trabalhou por 17 anos no jornal "O Estado do Maranhão" e, na época, publicava conteúdo independente no "Blog do Décio", que era um dos blogs mais acessados do Estado.
Segundo o inquérito policial, na noite do crime, o jornalista deixou a redação por volta de 22h e dirigiu até o bar, onde teria pedido uma bebida e um prato. Ele estava à espera de dois amigos e falava ao celular quando foi surpreendido pelo pistoleiro, que o atingiu com cinco tiros, três no tórax e dois na cabeça, e fugiu em seguida na garupa da motocicleta dirigida por Marcos Bruno.
A dupla então teria feito um retorno mais à frente. O assassino foi deixado ao pé de uma duna, onde teria passado por um grupo evangélico que fazia orações no local, naquela noite. Ao chegar ao topo do monte, ele teria enterrado a arma, trocado de camisa e sandálias e saído na direção de um veículo, que já o aguardava do outro lado da duna.
De acordo com informações da polícia, o jornalista foi morto porque teria publicado no blog uma postagem sobre o assassinato do empresário Fábio Brasil, o Júnior Foca, envolvido em uma trama de pistolagem com os integrantes da quadrilha encabeçada por Glaucio e Miranda. Décio Sá tinha 42 anos e deixou uma filha e uma esposa grávida na época.