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Moradores de Bom Jardim (MA) Vão às Ruas Protestar Contra a Corrupção

Data do post: 25/08/2015 20:03:13 - Visualizações: (988)

Cidade ganhou destaque após escândalo de desvios de verba da educação. Prefeita é procurada pela PF e está foragida desde quinta-feira (20).

G1 MaranhãoEm um município sem comando, moradores de Bom Jardim (MA) foram às ruas, na segunda-feira (24), para protestar. Mesmo que modesto, o movimento deu o seu recado: a população quer o fim da corrupção. A cidade com 39 mil habitantes, localizada a 275 km de São Luís, ganhou destaque pelo escândalo de desvios de dinheiro da educação. A prefeita Lidiane Leite da Silva (PRB) é procurada pela Polícia Federal (PF) e está foragida desde a quinta-feira (20), quando foi iniciada a operação Éden.

O temor dos servidores municipais é com o pagamento dos salários. "A gente precisa de uma resposta da Justiça. A cidade está em um clima de insegurança, de incerteza. Vem aí o pagamento de funcionário, tem que organizar a folha de pagamento, uma série de coisas que a cidade precisa", diz um dos manifestantes, o professor Jucicláudio Andrade.

Por outro lado, há moradores com medo de comentar a situação vivida pelo município. "Eles são muito perigosos. Prefeita, né?. Acaba não podendo estar falando muito", afirma o pecuarista José de Alencar.

O rombo nas contas da prefeitura pode chegar, segundo o Ministério Público Federal (MPF), a R$ 15 milhões. Com o sumiço da prefeita, um grupo de vereadores de Bom Jardim aguarda um prazo de 15 dias, definido pela Lei Orgânica do Município, para pedir cassação da prefeita. É que a votação sobre o assunto é impedida por uma medida cautelar obtida por Lidiane Leite na Justiça. Ela havia sido afastada três vezes, pela Câmara Municipal e a pedido do Ministério Público do Maranhão (MP-MA), e reconduzida ao cargo em todas as vezes pela Justiça.

“A Câmara deu entrada junto à Justiça e a gente está aguardando o posicionamento do Judiciário em relação a essa suspensão de a gente não poder julgar afastar, cautelarmente, a prefeita pela Câmara Municipal”, diz o presidente da Câmara Municipal de Bom Jardim, Arão Sousa da Silva.

“Ela como prefeita tinha o poder de liberar ou não os recursos que foram desviados. Então, tudo que aconteceu não teria acontecido sem anuência dela, ou participação direta”, diz o superintendente da PF no Maranhão, Alexandre Silva Saraiva.

Se não se entregar nesta terça-feira (25), a prefeita Lidiane Leite terá o nome incluído na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

'Pânico'

Na segunda-feira, o advogado Carlos Sérgio de Carvalho assumiu a defesa da prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite. Em entrevista concedida na madrugada desta terça-feira, ele disse que a prefeita fugiu num momento de pânico e que pode se apresentar espontaneamente a qualquer momento à Polícia Federal.

Segundo o advogado, a decisão de se esconder da polícia não foi premeditada e a prefeita estaria assustada com a repercussão do caso. "Ela é uma jovem de 25 anos e se escondeu em um momento de pânico, sequer sabia exatamente o que estava acontecendo. Teve sorte de não ser localizada até agora", disse.

Carlos Sérgio disse ainda a decisão de se entregar à polícia pode ser tomada a qualquer momento, que a possibilidade "é sempre considerada" e que Lidiane Leite estaria "depressiva, doente, ansiosa e sofrendo muito".

 Prefeita 'Ostentação'

G1 MaranhãoDepois que se tornou prefeita, Lidiane passou a compartilhar fotos da nova rotina nas redes sociais. Nos perfis pessoais, ela escreveu: "Eu compro é que eu quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no ombro pros recalcados". Em outro post, ela diz: "Devia era comprar um carro mais luxuoso pq graças a Deus o dinheiro ta sobrando (sic)".

Desvios e Afastamento

A polícia investiga transferências de cerca de R$ 1 mil realizadas da conta da prefeitura para a conta pessoal de Lidiane que chegam a R$ 40 mil em um ano. Também foram feitas transferências para o advogado da prefeitura, Danilo Mohana, que somam mais de R$ 200 mil em pouco mais de um ano.

Além da prefeita, secretários, ex-secretários e empresários também estão sendo investigados por causa de irregularidades encontradas em contratos firmados com "empresas-fantasmas". Houve duas licitações para reformar 13 escolas, pelas quais a Zabar Produções obteve R$ 1,3 milhão e a Ecolimp recebeu R$ 1,8 milhão. Nenhuma das empresas foi encontrada.

A Justiça do Maranhão havia determinado o afastamento da prefeita por 180 dias em dezembro de 2014, com base no descumprimento da regularização das aulas e do fornecimento de merenda e de transporte escolar em Bom Jardim.

Fonte: G1 Maranhão