Grupo trocava mensagens de celular para combinar crimes em Inhumas, GO. Suspeito manda mensagem pro amigo dizendo que ia dar tiro na nuca de vítima.
Quatro jovens foram presos suspeitos de matar integrantes de uma quadrilha rival e pessoas que os delatavam para a Polícia Civil em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia. Segundo as investigações, eles combinavam crimes por mensagens de celular e ainda compartilhavam fotos das vítimas. O grupo é suspeito de executar cinco pessoas no período de dois meses.
“Eles são frios e agiam sempre com muita crueldade. Combinavam de matar as vítimas por mensagem de celular e compartilhavam as fotos dos crimes entre eles", disse, nesta quarta-feira (26), o delegado Humberto Teófilo de Menezes Neto durante a apresentação da quadrilha.
Em uma das mensagens, um dos suspeitos escreveu: “Vo começa a mata agora [...] fica olhando mano (sic)”. Já em uma mensagem de voz, o mesmo rapaz planeja a morte de outro rival: “Ele vai vir pegar na minha mão e eu vou sentar o pau. Vou dar [tiro] na nuca para largar de ser trouxa”, disse.
As prisões dos quatro suspeitos começaram a ser feitas na última semana e só foram concluídas no domingo (23). Foram detidos Matheus Henrique Augusto de Souza, 19, apontado como líder do grupo, Itallo Gonçalves de Jesus, 18, Edson da Silva Junior, 20 e Kaíque Leão do Nascimento, 21. A polícia ainda procura dois integrantes da quadrilha que estão foragidos.
Crimes
O delegado responsável pelo caso explicou que o grupo agia há pelo menos um ano na cidade, mas que passou a cometer os homicídios em fevereiro deste ano.
"Nós prendemos um usuário de drogas que tinha ligação com o tráfico. Ele delatou o Edson, mas o grupo acabou matando ele. Uma testemunha desse homicídio procurou a polícia para dar informações sobre o crime e também acabou assassinada pelo grupo”, explicou Neto.
Segundo a polícia, além de queima de arquivo, a quadrilha também disputava com um grupo inimigo o controle do tráfico de drogas e do roubo de veículos.
"Uma das vítimas morava em um bairro rival [ao dos suspeitos]. O grupo do Matheus o viu em um bar e começou a atirar. Mesmo ferido, ele correu, invadiu uma casa para tentar esconder, mas foi executado com 15 tiros na frente dos moradores", relatou.
As investigações apontam que a quadrilha sempre usava carros roubados para cometer crimes. O delegado explicou que esses veículos geralmente eram furtados em outras cidades. Após matar as vítimas, os suspeitos abandonavam os automóveis com o objetivo de despistar os policiais.
Durante a apresentação, Matheus negou o crime. "Foi uma armação contra mim, não tenho envolvimento com nada". Os outros suspeitos não quiseram se manifestar.
Presos do semiaberto
Todos os suspeitos já possuíam passagens pela polícia por crimes como roubo e tráfico de drogas. Edson e Kaíque cumpriam pena no regime semiaberto: o primeiro por tráfico de drogas o segundo, tentativa de homicídio.
De acordo com o delegado, cada um dos integrantes da quadrilha deve ser indiciado por 12 crimes, como homicídio, roubo, receptação e associação criminosa. "Cada um deve ficar preso pelo menos 60 anos se for condenado", disse o investigador.