A primeira consulta pública do Plano da Bacia Hidrográfica do Entorno do Lago formado pela Usina Hidrelétrica (UHE) Luiz Eduardo Magalhães aconteceu na última quarta-feira, 16.
O evento que aconteceu no auditório CUICA da Universidade Federal do Tocantins, (UFT) reuniu órgãos de diversas áreas de atuação das esferas municipais, estaduais e federais. Além da consulta os responsáveis pelo projeto apresentaram um diagnóstico das bacias hidrográficas de 20 municípios do entorno do lago formado pela Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães.
O Plano foi desenvolvido por meio da parceria entre a Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (FAPTO) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). “Dentro da Política Estadual de Recursos Hídricos, temos vários instrumentos previstos que criam o sistema e preveem os instrumentos de gestão e o uso da água. Dentre estes instrumentos está o Plano de uso da Bacia do Entorno do Lago, que servirá como norte para as futuras ações da Semarh”, explicou a secretária de estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rosimeire Carreira.
O coordenador do projeto, professor doutor Felipe de Azevedo Marques, esclareceu que o plano será elaborado em quatro etapas. Na primeira foi realizado diagnóstico, onde foi analisada a atual situação dos recursos hídricos do entorno do lago de 20 municípios. A segunda etapa será de prognóstico, avaliará como ficará a bacia no futuro, na terceira o objetivo é compatibilizar o cenário atual com o futuro e a última etapa é a de planejamento. A proposta é tentar dimensionar ações inclusive com um cronograma financeiro para tentar assegurar a oferta de água para o desenvolvimento da região.
“Temos a ideia de que a água é algo que sempre estará disponível, como se bastasse apenas abrir a torneira e a água saísse daquela fonte e que a mesma nunca irá acabar. Isso não é verdade, sabemos que quando chove a água percorre um longo caminho, e tudo o que está no meio deste caminho, vegetação, solo, calhas de curso d’água contribuiu diretamente na qualidade e quantidade de água. Muitas vezes achamos que somente a demanda das cidades irá impactar os recursos hídricos, mas hoje sabemos que o uso do solo é o maior impactante. Toda vez que se retira uma vegetação, essa modificação do uso do solo faz com que você tenha menos água infiltrando e consequentemente menos vazão nos períodos mais secos do ano, que é onde se precisa de mais vasão”, esclareceu o coordenador do projeto.
O diagnóstico revelou que em algumas bacias o uso da água está sendo feito de forma conflitante, principalmente nas bacias próximas aos grandes centros, como as de Palmas e Porto Nacional. A análise verificou que as três bacias da capital que correspondem aos córregos Água Fria, Brejo Comprido e Taquaruçu Grande, só conseguirão atender a demanda do município pelos próximos cinco anos. Uma das alternativas será o uso da água do reservatório do lago para abastecer o município.
”A FAPTO sempre estará de portas abertas para trabalho e iniciativas que garantam um futuro melhor e mais digno para toda a sociedade. Gostaria de agradecer a Semarh e aos professores pesquisadores da UFT que sempre estão acreditando em nossa equipe”, destacou diretor executivo da FAPTO, Léo Araújo da Silva.
Presentes
Também estiveram presentes no evento o reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), professor doutor Márcio da Silveira, representante dos municípios que compõem a bacia do entorno do Lago, prefeita de Miracema Magda Borba, os representantes da prefeitura de Palmas, representantes do comitê de bacias Antônio Rodrigues.