Na manhã desta quarta-feira, 11, no auditório da Unitins, em Palmas, atores da rede de proteção de crianças e adolescentes participaram na abertura do seminário “violência sexual: atenção na lógica dos direitos humanos”.
O seminário é promovido pelo Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Glória de Ivone, no âmbito do Projeto Farol, e patrocinado pela Petrobras.
“Não estamos aqui para falar de vítimas. Precisamos superar essa visão rasa e nos unir no princípio de que crianças e adolescentes tem prioridade absoluta e todos e todas são seres humanos”, frisa a coordenadora do Cedeca, Mônica Brito.
A participação da universidade neste debate é importante para construir diferentes saberes, unir esforço conjunto com a sociedade civil para proporcionar condições para defender os direitos de crianças e adolescentes, avalia a Pró-reitora de Extensão da Unitins, Simone Brito.
Direitos humanos na prática cotidiana
Essa foi uma das observações da socióloga, Graça Gadelha durante a palestra “Um olhar sobre a atenção às pessoas em situação de violência sexual na perspectiva dos direitos humanos”. Para ela, os direitos humanos devem fazer parte do exercício profissional dentro e fora do ambiente de trabalho, devem ser prática cotidiana na vida.
“Parece que a violência está no DNA da sociedade, está espalhada nos seus diversos aspectos. Precisamos discutir o conceito de violência e entender que ela nunca acontece de forma isolada. É sempre cumulativa”, destaca Graça.
Para a palestrante, um dos maiores problemas atuais é a ausência do Estado na promoção de políticas públicas e cabe a sociedade monitorar os serviços, como também a inclusão das políticas no orçamento público. “Nosso problema é que denunciamos casos e não denunciamos as políticas. Se a pessoa procura o serviço e não é atendida, tem que procurar o Ministério Público para denunciar”, aponta a socióloga.
Cabe também a sociedade reconhecer o papel de cada instância no fluxo de atendimento às pessoas em situação de violência, esclarece Graça. Ela finaliza que a rede de proteção só funciona de forma integrada quando os atores dialogam.
No período da tarde acontece a exposição do cenário da rede de proteção das pessoas em situação de violência sexual de Palmas, seguido por debate e apresentação do painel de atenção às pessoas em situação de violência sexual de Palmas. O seminário encerra amanhã, 12, com palestras e construção de propostas do protocolo de atenção às pessoas em situação de violência sexual.
O evento tem como parceiros a Unitins, a ATCT - Associação Tocantinense de Conselheiros Tutelares, o Caopij - Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Infância e Juventude do Ministério Público Estadual e o Nupav - Núcleo de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes da Secretaria Municipal da Saúde de Palmas.