Índígenas querem cumprimento imediato de condicionante para licenciamento ambiental de usina.
Já dura cinco dias a interdição da rodovia Transamazônica, em Altamira, sudoeste do Pará. O trecho na altura do quilômetro 27, próximo ao acesso ao canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, é ocupado por índios da região do Xingu.
Eles pedem o cumprimento urgente do plano básico ambiental, que condiciona o licenciamento ambiental da usina.
O número de manifestantes chegou a 250 indígenas das etnias Assurini, Parakança, Arara, Xipaia e Curuaia, que utilizam ônibus do Consórcio Construtor de Belo Monte para bloquear a rodovia. Na última sexta-feira (23), um ônibus do consórcio construtor da usina foi incendiado pelo manifestantes, mas ninguém ficou ferido.
Outro lado
Em nota oficial a Norte Energia, responsável pela construção da usina de Belo Monte, informou que negocia com os indígenas e apresentou comprovação de obras e ações realizadas nas áreas indígenas da região. A empresa informou ainda que assinou um termo de compromisso com a Funai que assegura o cumprimento das ações do projeto básico ambiental. O projeto recebeu mais de R$ 150 milhões, segundo a Norte Energia.
Segundo a empresa foram desenvolvidas ações para fornecer moradia aos índios com a construção de 372 casas em oito terras indígenas, implantação de sistema de rádio, energia elétrica por meio do programa Luz para Todos, conclusão de pistas de pouso, entrega mensal de combustível, além de manutenção de embarcações, motores de popa e geradores; capacitação profissional, Programa de Educação Escolar Indígena, implantação de sistemas de abastecimento de água, com perfuração de poços artesianos e instalação de redes de distribuição.
