O Tocantins é o único estado do país que conseguiu zerar a fila de espera por procedimentos de cateterismo e angioplastia cardíaca eletiva pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Isso devido ao trabalho que vem sendo realizado na área de Hemodinâmica do Hospital Geral de Palmas (HGP).
De acordo com os cardiologistas responsáveis pelos procedimentos, o médico Andreás Sánchez e o médico Ibsen Trindade, o trabalho de “zerar” a fila começou em 2011. Na época eram realizados por mês cerca de 80 exames/mês e com o empenho da equipe, atualmente, são feitos 150 exames mensais. Desde 2011 já passaram pelo procedimento 3.324 pacientes entre eletivos e de urgência/emergência.
“As doenças cardiovasculares são a maior causa de morte no Brasil e no mundo, e nestes casos o tempo é precioso e pode dar maior sobrevida para o paciente, por isso decidimos fazer esta força-tarefa e não deixar qualquer paciente à espera deste tipo de exame ou cirurgia”, explica Sánchez.
O médico ainda lembrou que na maioria dos hospitais do Brasil, que oferece este tipo de especialidade, a fila de espera para a realização do exame varia entre 30 e 60 dias. “Em Goiânia, por exemplo, temos relatos de pacientes que esperaram até 90 dias para realizar o exame”, afirmou.
Agilidade no atendimento
O pecuarista Maurício Marques de Brito, 52 anos, deu entrada no HGP na noite desta quarta-feira, 4, e na quinta pela manhã já estava pronto para passar pelo exame. “Já fiz uma vez no ano passado e vou fazer de novo. Em nenhuma das vezes tive que esperar muito tempo, foi só mesmo a espera da autorização ficar pronta”, disse.
Já o marceneiro Arias Lopes, 42 anos, levou um susto quando foi encaminhado para o HGP para fazer o procedimento. “Lá no postinho me disseram que eu teria que ir fazer este exame no HGP e fiquei com medo porque a gente escuta muita coisa que não é verdade e eu imaginei que ia demorar muito para passar pelo cateterismo. Mas foi muito rápido, em menos de uma semana meu exame já estava marcado e eu estou satisfeito com o atendimento”, afirmou.
O procedimento
O cateterismo cardíaco é considerado um procedimento invasivo e utiliza uma sonda ou cateter para identificar doenças obstrutivas, bem como obter detalhes anatômicos das cavidades ou das válvulas do coração. Na maioria das vezes, é combinado a uma técnica chamada angiografia coronária, que consiste no ato de injetar um produto de contraste no órgão. O procedimento é solicitado aos pacientes com suspeita de aterosclerose (formação de placas de gordura nas artérias coronárias ou nas válvulas), mas pode ser aplicado emergencialmente em casos de infarto agudo no miocárdio. O exame também possibilita o reconhecimento de defeitos congênitos em recém-nascidos e crianças.