Vistoria constatou falta de leitos e de remédios para cirurgias. Estado disse que demanda é atendida de acordo com a necessidade.
A falta de leitos e de remédios para cirurgias foram alguns dos problemas apontados em uma vistoria realizada no Hospital Regional de Gurupi, na sexta-feira (6). Os corredores estão cheios de pacientes que esperam por atendimento há dias. A unidade trabalha com cerca de 100 leitos e atende 17 municípios da região. A vistoria foi feita por uma comissão de vereadores e o relatório deve ser encaminhado para a Secretaria de Saúde do Tocantins.
A aposentada Iracema Evangelista, de 61 anos, está em uma cadeira no corredor da unidade há três dias aguardando para fazer um exame no coração. E a espera deve ser ainda mais longa. Ela foi informada de que ficará no corredor no mínimo mais 10 dias, já que o procedimento de cateterismo só é realizado em Palmas. “Eu cheguei aqui e fiquei nesta cadeira e eu vou ficar até o dia 10. Eu vou aguentar?”
Dona Iracema não é a única que espera por atendimento. A professora Helen Pereira que está com pedras nos rins também aguarda para fazer os exames. “Acho que eu vou ter que ir para o Rio Grande do Sul para ser tratada porque aqui está difícil”.
Segundo o presidente da comissão da saúde e também diretor clínico do hospital, Francisco Macedo, um dos principais motivos da vistoria realizada na unidade foi a falta de medicamentos. Segundo ele, duas pessoas tiveram que ser encaminhadas com urgência para Palmas porque a unidade não tinha anestésicos. “Nós estamos em uma situação em que o governo nos deixou para vermos as pessoas morrerem”.
A Secretaria de Saúde do Tocantins informou que já foram encaminhados para a unidade os medicamentos solicitados pelo hospital e que a demanda está sendo atendida de acordo com a necessidade da unidade. A secretaria disse ainda que esteve reunida com a direção do hospital na última segunda-feira (2) para discutir as demandas do hospital e definir algumas medidas necessárias, uma delas é a possibilidade de transferir a ala administrativa para outro prédio e, com o espaço, ampliar o número de leitos até que a construção do novo hospital seja concluída.