Ele foi buscar uma pipa que caiu no Matadouro Municipal de Gurupi. No local, era feita a incineração de restos de animais abatidos.
O menino Kauã Gabriel Coelho Alencar, de 9 anos, está em casa desde segunda-feira (9), em recuperação depois de cair em uma área do Matadouro Municipal de Gurupi, no sul do Tocantins, onde ossos e restos de animais abatidos eram queimados. Segundo a família da criança, ele queimou os pés, as mãos, além de parte das pernas e teve queimaduras de 3º grau. O acidente aconteceu no dia 31 de maio.
Daniela Alencar Silva, mãe de Kauã, disse que o menino foi até o matadouro para pegar uma pipa que caiu no local. Ele teria recebido permissão do vigia para entrar e buscar o objeto. "Ele me contou que viu uma 'terra branca' e passou por cima. Era pó de osso que havia acabado de sair da caldeira. O vigia ainda chamou ele para jogar água na queimadura, mas ele saiu correndo até a casa de uma vizinha", explica.
O garoto foi levado para o Hospital Geral de Palmas (HGP), a fim de reconstituir a pele queimada. "O problema é que no HGP não havia nem maca. Eles os funcionários buscaram uma no necrotério que não tinha nem colchão para o meu filho ficar. E ainda tivemos que ficar no corredor com o risco dele pegar alguma infecção. Ele não ficou nem um dia no quarto."
Daniela conta que desde o dia 31 de maio, até a última segunda-feira, Kauã ficou internado no corredor da unidade. Com medo do filho pegar uma infecção hospitalar, ela voltou para Gurupi com a criança. "Não dava para ficar lá, por isso voltei para casa", conta.
Enquanto a queimadura não se recupera, a criança precisa ficar em uma cadeira de rodas porque não consegue se locomover. A mãe do menino conta que ele toma remédios para dor a cada 12h e que não recebeu a ajuda dos responsáveis pelo matadouro. "Eu comprei os remédios e tive que pagar tudo. Ninguém me ajudou."
O outro lado
Segundo Vuilon Maia Rodrigues, responsável pelo matadouro, ele irá tomar conhecimento do caso antes de comentar o assunto.
Procurado, o HGP emitiu uma nota informando que o paciente menor de idade, K.G.C.A., deu entrada no hospital no último dia 6 e recebeu alta com melhoras no dia 8 de junho. Porém, a nota não fala sobre as reclamações da família do garoto em relação às condições do atendimento.