A partir desta sexta-feira, 1º, até o próximo dia 7, o Tocantins vai fazer parte da mobilização da Semana Mundial do Aleitamento Materno.
O tema chama a atenção para a importância do aleitamento na garantia da nutrição e saúde das crianças, bem como o reforço ao sistema de defesa contra doenças. Além das ações voltadas para a conscientização das mães sobre a importância do aleitamento, o governo do Estado age no sentido de garantir aos recém-nascidos, que não podem ser amamentados pelas mães, o Banco de Leite.
Muitas vezes, por serem muito prematuros ou não estarem bem clinicamente, os recém-nascidos precisam contar com o armazenamento de leite materno, realizado através do Banco de Leite do Hospital e Maternidade Dona Regina. Mas o trabalho desenvolvido pelo governo do Estado, através do hospital, vai muito além. Ele busca assistir as mulheres com qualidade, de forma integral e humanizada para que ela possa vencer as dificuldades da amamentação.
Segundo a coordenadora do Banco de Leite do Hospital e Maternidade Dona Regina, Walkíria Pinheiro, a maior parte do trabalho é assistir a mulher. "Não basta dizer que é importante, que tem que amamentar até os seis meses de idade da criança. É preciso ajudá-las a superar as dificuldades da amamentação. Uma fissura mamilar ou um abscesso mamário podem fazer com que a mulher deixe de amamentar se ela não receber apoio", disse.
Julia Vieira de Souza, que teve seu segundo filho recentemente, sentiu o leite empedrado e buscou apoio junto ao Banco de Leite. Ela relatou que sentia dor ao amamentar e que, no Banco de Leite, recebeu ajuda com massagem e ensinamento de como amamentar.
Até os seis meses de idade, o leite materno é o melhor alimento, principalmente para os recém-nascidos internados nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), na Unidade Intermediária Convencional e na Unidade Canguru. "Além de alimentar, o leite materno protege das doenças e recupera o bebê mais rápido. A gente fala que é como se fosse uma vacina que o bebê recebe", garantiu a coordenadora.
O Banco de Leite incentiva que as mães de recém-nascidos internados façam a retirada do leite materno seis vezes ao dia, para que seus filhos recebam seu próprio leite, mas nem sempre isto é possível e eles passam a depender da doação ou das fórmulas infantis. "Nenhuma mãe se prepara para ter um bebê e deixá-lo no hospital. Esse choque já influência na produção e descida do leite. Com o bebê internado, acontece de a mulher não conseguir realizar as seis retiradas em 24 horas e o leite vai diminuindo a cada dia", explicou Walkíria.
Fórmulas
As fórmulas infantis são utilizadas quando o estoque de leite materno é insuficiente, mas há recém-nascidos que não a toleram bem. "As formulas podem acarretar consequência indesejada, pois ele é feito com base no leite de vaca e o intestino do bebê não é feito para receber esse tipo de leite. Então pode haver extensão abdominal ou infecção quando o bebê não tolera o leite", explicou Walkíria.
O filho de Luziene Santos nasceu prematuro e não pôde ser amamentado diretamente pela mãe, pois ainda era muito pequeno para fazer a sucção. Ela comentou que não tinha mais leite, mas que seu filho recebeu a fórmula infantil. "O banco de leite é muito importante e meu filho precisa", destacou. Segundo ela, seu filho se adaptou a fórmula, mas há crianças que não podem tomar. "Então, precisam de leite materno doado, principalmente os que estão internados", comentou.
Como doar
As mulheres interessadas em realizar a doação devem ligar no telefone 0800 646 8283 para realizar cadastro junto ao Banco de Leite. Depois disso, ela recebe a visita domiciliar de bombeiros capacitados do Projeto Bombeiros Amigos do Peito, que realizam a entrega do kit para doação e dão orientações de como proceder. O kit contém vidro esterilizado para o armazenamento do leite, toca, máscara descartável, folder informativo e rótulo para identificação do frasco.
Segundo a coordenadora, a retirada do leite pode ser feito no momento mais oportuno. "Normalmente, quando se dá de mamar num peito, o outro vaza, e doadora pode coletar este leite que está vazando. Ou após amamentar, se sobra leite, ela pode coletar esta sobra. Com isso, ela ajuda no mínimo dez bebês internados", reforçou Walkíria Pinheiro.