Produtores de uma fazenda de Gurupi desconfiam da alimentação do gado. Os animais morreram em um dia; prejuízos podem chegar a R$ 40 mil.
Em uma fazenda localizada no município de Gurupi, sul do Tocantins, 13 das 56 vacas leiteiras morreram em um dia. O produtor Anailton Bezerra ainda não sabe o que teria provocado a morte repentina dos animais, mas ele desconfia da alimentação. Após a morte dos bovinos, um bezerro foi flagrado tentando mamar na mãe. A única solução encontrada pelo produtor foi alimentá-lo com o leite comprado de criadores de outra fazenda.
"Nunca tinha visto os animais sofrendo, ver meus bichos morrendo não é fácil. Era um gado gordo, não estava passando fome, se fosse um gado magro e não tivesse costume com sal. As vacas eram todas leiteiras, selecionadas, comprei trabalhando para os outros", lamentou o produtor de leite.
Segundo Bezerra as mortes aconteceram rapidamente. Após ingerir a ração, os animais foram perdendo força gradativamente, se deitando no chão e depois morreram. O pai do produtor, Antônio Bezerra, que também ajudava na criação do gado, suspeita da ração que os animais comeram. "Eu pergunte: 'Meu filho você pôs sal? Ele disse: coloquei. Meu filho corre lá. E quando ele correu já tinha quatro mortas no pé do cocho. Ele foi no outro cocho que ele tinha colocado o sal e o gado não tinha ido comer o sal, ele então tirou o sal. Se ele não tira, tinha morrido tudo".
Os produtores contabilizam os prejuízos que podem passar de R$ 40 mil. Representantes da empresa que venderam a ração foram ao local e coletaram material para fazer a análise. Segundo o médico veterinário Victor Antônio ainda é cedo para fazer o diagnóstico, mas ele disse que o gado pode ter morrido por uma intoxicação. "O que a gente vê aparentemente é que os animais ingeriram uma ração que continha alguma toxina ou ingeriram uma quantidade de ureia acima da quantidade normal e deram uma intoxicação muito rápida".
A Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec) divulgou uma nota, onde aponta intoxicação causada por excesso de ureia na suplementação dos animais. Já a empresa que forneceu ração para o pecuarista diz ter suspeitas de que o manejo do produto possa ter sido feita de mameira incontínua. O proprietário da casa agropecuária, que forneceu a ração, informou que testes com a mesma ração foram feitos na fazenda ao lado e que nada aconteceu com os animais.