De novo estamos às portas de mais uma eleição. Ao contrário de muitos, não defendo a unificação das eleições para todos os níveis, tenho certeza que o processo bienal oxigena e nos da oportunidade de refletir melhor sobre a democracia.
Como todo processo eleitoral, este de 2014 tem suas particularidades, piores é bem verdade, se considerarmos os conceitos da ciência política, da filosofia e da sociologia.
O fato mais intrigante foi a ‘nova política’ desencadeada por Marina Silva. Na verdade ela ficou com o mico, pois há mais tempo e tantos outros já faziam essa tal nova política. Ficou mal pra ela, pois quem a conhecia das lutas dos seringais do Acre com Chico Mendes, não entendeu sua virada do avesso. Primeiro porque no fundo o projeto dela não era um partido.
Ora sabemos que nas democracias modernas, não há vida política sem partidos, tanto é verdade que foi preciso se entregar ao PSB pra poder ser içada como candidata a vice. Depois seus apoiadores vão de donos de banco a gente do agronegócio, tipos que a menos de 3 ou 4 anos era abominados por Marina. Pois é Marina morena, você desbotou antes de ter colorido e, embora se diga que ideologia não tem mais lugar, algo tem dito exatamente o contrário. Ah! É bem verdade que as carpideiras não influenciam mais no cotidiano. Elas são personagens do Séc. XIX, talvez inicio do Séc. XX. Na verdade nem sei se o povo sabe o que eram as carpideiras neste vídeo você pode ver as carpideiras em ação. Aliás, uma atuação magistral de Elba Ramalho, Tania Alve, José Dumont num filme de Zelito Viana de 1977.
No Tocantins essa politicalha vem de longa data. Passa do pai, pro filho, pra esposa ou algum agregado próximo. Na idade media os pais arranjavam casamentos para os filhos e filhas.
Na atualidade, os pais e mães arranjam cargos e endereços em Brasília. Todos com a cara mais deslavada aparecem nas ruas e na tela da Tv falando asneiras. E o povo acredita. O tal Irajá Abreu sem nenhuma modéstia e vergonha disse na praça Darci Marinho que o homem não precisa fazer a coisa certa, apenas conhecer. É o cumulo da cretinice debiloide que alguém que quer ser representante do povo. Ele mesmo tem um projeto de lei na câmara federal para reduzir o salário mínimo, talvez os seus eleitores não saibam disso. Quero ver a cara da gentalha se tal projeto for aprovado. Vou rir muito!. Aqui no Tocantins a nova política tem coisas esdrúxulas e cafonas: Kátia Abreu de sangue, carne e espírito da ARENA que virou DEM e agora posa de boa moça no PMDB. PT carregando Marcelo envolvido em cerca de 70 processos na justiça; gente do bico urrando contra candidatos que podem pegar voto aqui. Oras, o termo diz: deputado estadual e não distrital, logo qualquer candidato pode colher voto onde quiser e onde houver trouxa pra votar nele. Tem gente que pode ficar sem aposentadoria parlamentar. Hahahahahahaha.
Outro exemplo da nova política vem do estado vizinho, Maranhão. O candidato do PC do B, Flavio Dino chegou a anunciar que agora o capitalismo vai ser implantado no Maranhão (http://www.brasil247.com/pt/247/revistabrasil247/?tpl=32). Se não estivéssemos no século XXI e se Marx não tivesse explicado o que era o capitalismo e sua função numa sociedade industrial, deveríamos dar o Nobel a DINOssauro do boi bumbá, com todo respeito ao boi como manifestação cultural. O que seria pior neste cenário? Ter o clã do Sarney gerenciando a quinta ou implantar (se fosse o caso) o capitalismo pra sugar e escravizar a população? O cenário do Maranhão atual é bem parecido com o do filme acima referido. A referência da existência é a morte, a cova, a reza. Em certos tempos o que sobra ao povo.
No Mato Grosso a justiça cassou a candidatura de Jose Riva,’dono’ da assembleia legislativa a vários mandatos, referendados pelo povo. Qual a solução encontrada? Colocar a esposa no lugar. Igualzinho no Tocantins – em 2006 em Porto Nacional o candidato foi barrado pela justiça e colocou a mulher, uma tapada - ou outro curral dessa terra brazilis. Por certo ela vai perder, resta saber se vão por a culpa nos ladrões que roubaram o avião que imagina-se servirá para transportar o produto da carreirinha.
Vamos ao estado de São Paulo: a maior cidade da America Latina esta sem água e o povo vai reeleger seu governador no primeiro turno. Fico imaginando se há coisa mais idiota que isso. A mídia da maior cidade do país vive atacando o prefeito que implantou alguns quilômetros de ciclovia. Ela se comporta como hiena que, na espreita, fica querendo tomar a caça de algum outro carnívoro. Uma campanha contra a bicicleta quando as maiores cidades do mundo estão exatamente investindo em ciclovias e formas alternativas de transporte (https://catracalivre.com.br/geral/mobilidade/indicacao/europa-tera-ciclovia-de-70-mil-km-ligando-20-paises). Essa mídia e o nosso povo ainda acha que ter cada um no seu carro é sinônimo de status, poder, elegância. Claro, sempre é bom lembrar que o capitalismo que o DINO quer por no Maranhão, vive da mais valia e da exploração do trabalho das fabricas.
No final das contas, com exceção do jumento do Levy Fidelix que vive arrotando homofobia, xenofobia e seu racismo ariano estúpido e ignóbil, não há de novo no front. Todos defendem educação, saúde, segurança, mobilidade urbana, emprego e bolsa família. O assunto que saiu da pauta foi meio ambiente – parece que já resolvemos ele com a ECO 92- Né Marina? Só faltava entrar na discussão o estado islâmico. Já pensou a Dilma dançando a dança do ventre? Ou a Marina ou Luciana de burca? É não dá.
Resta pedir que você eleitor não vote de novo no palhaço, porque a piada que ele contou em 2010 não teve graça alguma. O cara apresentou 30 projetos, nenhum aprovado, nenhum discurso na tribuna. Não faltou mas não é 100% de presença que faz um bom deputado. Tiririca é o exemplo nefasto de eleitor que vota na piada ou pelo protesto cômodo. To cheio desse tipo de eleitor. Não vou falar dos vereadores da cidade porque não é o caso nem quero perder meu tempo.