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Após Retirada de Pelos, Menina Celebra Dia das Crianças em Goiânia

Data do post: 12/10/2014 23:26:51 - Visualizações: (1261)

Animada, Kemilly já sabe o que quer fazer na data: 'Brincar no pula-pula'. Criança nasceu com síndrome rara que faz pelugem crescer além do normal.

(Foto: Vitor Santana/G1)A pequena Kemillly Vitória Pereira de Souza, de 3 anos, que nasceu com o corpo coberto de pelos, vai comemorar o seu primeiro Dia das Crianças após a remoção do excesso de pelugem em Goiânia. Animada com a data, ela já sabe o que quer fazer para celebrar: “Papai disse que vai levar no shopping para brincar no pula-pula”, disse. Para a mãe, a dona de casa Patrícia Batista Pereira, essa será a melhor data comemorativa até hoje: “Esse Dia das Crianças é o que ela está mais contente, brincando mais e saindo mais para os lugares”.

Para a mãe, o Dia das Crianças é uma comemoração para toda a família devido às vitórias alcançadas. “A expectativa para esse dia é muito grande, porque foi uma luta muito difícil. Não imaginava um resultado tão bom e tão rápido”, comenta a dona de casa.

Após 15 sessões de laserterapia durante nove meses, Kemilly está cada vez mais vaidosa e interagindo mais com outras crianças, segundo a mãe. “Antes do tratamento ela ficava no cantinho dela, parada, sem brincar com outras crianças. Agora ela é bem animada. Se ela está quietinha, pode ir lá que ela está fazendo alguma arte”, brinca Patrícia.

 Segundo a própria Kemilly, o que ela mais gosta de fazer é ir à feira com os pais para poder se divertir nos brinquedos infláveis. “Eu pulo bem lá no alto”, diz. Além disso, ela frequenta um pequeno parquinho com balanço e gangorra ao lado de sua casa. Embora Kemilly goste muito de passear, os pais precisam controlar os horários em que a levam para os lugares, pois, devido ao tratamento, a menina não pode ficar muito tempo exposta ao sol.(Foto: Vitor Santana/G1)

Kemilly está, aos poucos, fazendo novos amigos em Goiânia. Atualmente, ela tem mais contato apenas com dois primos e o filho de uma vizinha. Porém, a partir do próximo ano, quando deve começar a estudar, a menina espera fazer uma grande quantidade de amigos.

“Ela pede todo dia para ir para a escola. Em Augustinópolis cidade do Tocantins onde a família morava a gente tinha ganhado três anos de mensalidades gratuitas em uma escola, mas aqui ainda estamos procurando uma escola. Como não temos condições, vamos procurar uma vaga na rede pública”, diz Patrícia.

Vaidade

Kemilly nasceu com uma doença genética e hereditária chamada "hipertricose lanuginosa", que a faz ter uma quantidade de pelos no corpo acima do normal. Ela conseguiu tratamento gratuito para a remoção de 100% das pelugens em excesso. Mesmo após as 15 sessões pelas quais a criança passou, ainda é necessário fazer retoques nas áreas onde os pelos continuam a crescer, embora estejam em menor quantidade e mais finos.

A cada sessão, Patrícia relata que a filha fica mais vaidosa. Sempre de unha pintada, a cada foto que vai tirar, Kemilly pede: “Mãe, arruma meu cabelo?”. Após os cuidados da mãe, também sempre pergunta: “Estou bonita?”.

“Acho que os problemas dos pelos afetava muito ela e as crianças se afastavam dela. Agora, tudo mudou. Ela não está tímida mais, está se desenvolvendo cada vez mais”, conta Patrícia.

O pai de Kemilly, o eletricista Antônio de Souza, também relembra o drama pelo qual a menina passava antes de fazer o tratamento. “A gente deixava de sair com ela para a pracinha ou qualquer outro lugar com medo do preconceito que as pessoas tinham com ela. A Kemilly percebia isso e tentava arrancar com a mão os pelos do braço”, afirma o pai da criança.

Mudança

(Foto: Vitor Santana/G1)Depois de quatro meses de sessões de laserterapia, tendo que vir à capital a cada 15 dias, a família, que é de Augustinópolis (TO), decidiu se mudar para capital goiana para dar continuidade ao tratamento de Kemilly. Há cinco meses na nova casa, o pai da menina já se acostumou com a nova realidade: “Nossa vida já está entrando nos eixos e muita coisa aconteceu nesse tempo. Mas o que eu quero mesmo é o bem da Kemilly”.

Inseguro sobre o futuro de sua família ao deixar a cidade natal, pois teve que se separar de parentes e abandonar o emprego, Antônio contou mais uma vez com a ajuda de desconhecidos que se sensibilizaram com o drama de Kemilly. “Depois que o fez uma matéria da nossa mudança para Goiânia e eu disse que estava precisando de emprego, poucos dias depois uma construtora me ofereceu emprego como eletricista”, contou. Tratamento

A previsão do médico Zacharias Calil, que cuida do caso de Kemilly, é que todo o tratamento dure aproximadamente mais dois anos. Porém, com o progresso das etapas, o tempo entre cada consulta pode ser reduzido a uma vez a cada mês.

Apesar do progresso, ainda não se pode afirmar que a remoção dos pelos será definitiva. “É uma doença genética, então não há como destruir o gene que causa a síndrome, mas já avançamos muito. Em áreas onde os pelos eram muito espessos como nas costas, eles demoraram a crescer novamente e quando voltaram, já eram mais finos”, ressaltou Calil.

Fonte: G1/ GO