Levantamento da Folha mostra que contas de 2014 fecharam no vermelho: 2,3% do PIB em dívidas. Goiás também aparece na lista dos 17 Estados com déficit.
O governador Marcelo Miranda (PMDB) terá que se desdobrar para “dar conta” das contas do Tocantins. Quando o peemedebista avisava que havia um rombo na gestão Sandoval, sabia bem do que estava falando. A Folha de S. Paulo publicou nesta segunda-feira (16/2) um levantamento que aponta o Estado nortista com o segundo maior déficit financeiro em 2014 do Brasil — mais de R$ 520 milhões em dívidas.
De acordo com o jornal, foram subtraídas as despesas das receitas de cada unidade da federação no ano passado. O resultado da conta evidencia, assim, que o arrecadado não foi suficiente para cobrir gastos com a máquina administrativa e com investimentos.
É o caso do Tocantins, que fechou 2014 com uma dívida equivalente a 2,3% do PIB do Estado. Apenas o Acre, com 2,9% de comprometimento, tem um índice pior. Vale destacar que a conta não inclui juros — a serem aplicados até a quitação final do montante –, sendo estes valores estimativas do momento.
Grande parte desse desequilibrio orçamentário advém, claro, da gestão anterior — comandada pelo ex-governador, Sandoval Cardoso (SD), derrotado à reeleição ainda no primeiro turno.
Com um cenário nacional nada animador — haja vista o crescimento nulo da administração Dilma Rousseff (PT) –, o governador Marcelo Miranda — que já propôs uma reforma administrativa e anunciou contenção de gastos — terá o desafio de manter os serviços essenciais à população e ainda investir para que o Estado volte a crescer.
Como é relativamente novo, a capacidade endividativa do Tocantins deve ajudar neste quadro.
Goiás
Segundo o levantamento da Folha, Goiás também é um dos 17 Estados que começou 2015 “no aperto”. Só que a situação do governador Marconi Perillo (PSDB) não é, nem de perto, tão delicada quanto a do colega nortista.
O Estado estima ter um déficit de 681 milhões, mas o valor equivale a apenas 0,5% do PIB do Estado. Além disso, a reforma administrativa proposta pelo tucano, com extinção e fusão de diversas secretarias, além de cortes de comissionados, garantirá uma economia substancial às contas goianas.
Com efeito, uma preocupação apontada pela própria Folha é justamente a política recém-adotada pelo governo Dilma: “a oferta de crédito nos bancos federais e os repasses do Tesouro Nacional para obras tendem a minguar, e as receitas continuarão sofrendo com a crise econômica”.
Além de Goiás e Tocantins, Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, o Distrito Federal, Espiríto Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina fecharam 2014 com déficit nas contas públicas.