Segundo família, corpo ficou cerca de 18 horas do lado de fora do orgão. IML de Augustinópolis está em um imóvel inadequado para fazer necropsias.
O atendimento do Instituto Médico Legal (IML) de Augustinópolis, extremo norte do estado, tem sido alvo de críticas pelos que precisam dos serviços do órgão. Um desses é Pedro Primo Neto que é pai do motorista Jefté Silva Primo, de 32 anos, que foi assassinado e conta que o corpo do filho ficou por cerca de 18 horas à espera de atendimento no instituto.
De acordo com familiares, após o assassinato de Jefté, que aconteceu em Araguatins, no último domingo (08), o corpo foi levado ao IML de Augustinópolis para ser feito o exame cadavérico, o que não ocorreu. O pai conta que o corpo do filho ficou do lado de fora do órgão e que estava chegando ao estado de decomposição. Além disso não havia um médico legista no local, pois o mesmo vem de Imperatriz (MA).
Ainda segundo a família, não foi possível a transferência do corpo para o IML de Araguaína, pois o carro que faz o transporte, estava sem freios e com pneus desgastados. Pedro conta ainda que o freezer que armazena os corpos, está inutilizável, o que trás o sentimento de indignação. "No final quem sofre somos nós", comenta o pai.
De acordo com o IML de Augustinópolis, foi feito o pedido para o conserto do carro e sobre o freezer, o órgão informa que nunca houve o funcionamento, pois a unidade recebeu o equipamento com defeito. Ainda segundo o Instituto, o prédio não comporta salas para necrópsia e nem atendimentos mais graves, sendo levados os corpos para o IML de Araguaína.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que em Augustinópolis há um único médico lotado no posto local. Este número é insuficiente e inviabiliza qualquer tipo de plantão de atendimento e também a realização de procedimentos complexos como necropsias. Destacou que o IML de Augustinópolis está localizado em um imóvel alugado, inadequado para todos os serviços necessários à necropsia. A câmara fria, que foi instalada no segundo semestre do ano passado, apesar de estar na garantia, está inoperante por um defeito que o fabricante ainda não solucionou apesar de ter sido notificado a respeito.
A nota também destaca que dos 13 rabecões que o estado possui, nove estavam inoperantes desde de novembro de 2014. Os quatro rabecões restantes, em operação encontram-se em Palmas, Gurupi, Araguaína e o último em Augustinópolis, por serem centros mais frequentemente acionados. Ressalta que os peritos médicos legistas, nem os peritos criminais não estão em greve, e, apesar do fato dos agentes de necrotomia estarem em greve as necropsias vem sendo realizadas, sem qualquer prejuízo para o serviço.
A SSP também afirma que o veículo que iria fazer o atendimento apresentou problemas ao se deslocar para outra ocorrência e por isso ocasionou a demora. Após isso, a necropsia iniciou imediatamente, sendo o corpo liberado às 19h, e em seguida liberado para a família.