A utilização de drogas sintéticas aliada ao consumo excessivo de álcool tem crescido ao longo dos anos e feito centenas de vítimas. Um estudo divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) mostra que 97 novas substâncias foram identificadas, só em 2013.
Paralelo a isso, dados do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (Sicad) indicam que morreram 184 pessoas em razão do uso das substâncias ilícitas, no mesmo ano.
Diante dos números, a presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Ana Cecília Marques, explica que inicialmente os sintéticos eram derivados puros de anfetaminas, que são utilizados para transtornos de atenção e até no tratamento da obesidade. Mas, a maneira de desenvolver a droga foi modificada com o tempo, e hoje há uma mistura de tantas outras substâncias que formam uma nova gama de produtos sintéticos. Segundo ela, não se sabe a quantidade exata de substâncias que são utilizadas na fabricação do coquetel.
A representante da entidade, que também é psiquiatra, lembra que o Brasil tem sido alertado há 15 anos sobre o aumento no consumo de drogas sintéticas, mas a falta de uma política para o tema. “Somente uma política integral, moderna é ética pode proteger o ser humano do impacto do fenômeno”, disse. Ana Cecília esclarece ainda que a maior parte dos entorpecentes sintéticos são metabolizadas no fígado, quando associadas ao álcool, elas causam problemas em diversos sistemas orgânicos.