Empresa prevê aporte de R$ 100 milhões, principalmente em comercialização, e inicia operações no mercado de milho.
A Algar Agro, subsidiária do Grupo Algar na área de grãos, planeja ampliar a atuação no Brasil. A intenção é aportar cerca de R$ 100 milhões até o fim deste ano e colocar em prática uma estratégia para pelo menos triplicar sua capacidade de movimentação até 2020.
Atualmente, a empresa origina (compra) e processa 1,6 milhão de toneladas a partir de suas unidades em Minas Gerais e no Norte e Nordeste do Brasil. Em Minas, estima ter uma fatia de 28% do mercado de soja, segundo Murilo Braz Santanna, diretor-presidente executivo e CEO. Na região do Matopiba, área de divisa dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a participação estaria em 25%, diz ele.
Do total movimentado pela Algar Agro atualmente, um milhão de toneladas é processado no mercado interno. O restante é exportado, principalmente, para a Ásia. A intenção é chegar a outras regiões importantes, como o Sul e o Centro-oeste e atingir 5 milhões de toneladas processadas daqui cinco anos, destinando cerca de 80% ao mercado externo.
A princípio, o plano não envolve a construção de armazéns ou unidades de processamento, explica Sant’anna. Segundo ele, o foco é fortalecer a comercialização, já que – na avaliação da empresa – existe estrutura nessas regiões de alta produção para atender a demanda do produtor.
“Não estamos planejando ampliar a estrutura orgânica, em um primeiro momento. Queremos atuar na inteligência comercial com recursos, soluções e garantindo contratos de longo prazo”, afirma o executivo. “Dos mais de 90 milhões de toneladas de soja que o Brasil deve colher, em 70 milhões a Algar nunca entrou”, acrescenta, em referência às regiões para onde planeja expandir sua plataforma comercial.
Para dar suporte a esse fluxo maior de mercadoria, a empresa vem adequando sua capacidade de armazenagem, conta Sant’anna. No início deste ano, entraram em operação dois novos silos em Minas Gerais e foi inaugurado um armazém em Porto Franco (MA), para 60 mil toneladas.
De acordo com o executivo, novas estruturas estão nos planos somente a partir de 2016. “Vamos continuar com um ou dois armazéns localizados onde houver necessidade e onde podemos ser uma solução. É possível que em 2016 já tenha movimento nessa direção.”
Milho
A Algar Agro também está iniciando sua atuação no mercado de milho, conta Murilo Sant'anna. Desde 1978, quando a subsidiária do Grupo Algar iniciou as atividades, os negócios se concentram no complexo soja.
“Com o relacionamento que nós já temos com nossos clientes, temos condições de colocar dentro do nosso portfólio esse outro grão”, diz, avaliando que o grão tende a se manter como alternativa de produção no Brasil, sem espaço para grandes expansões.
A intenção da empresa, segundo ele, é atender principalmente a demanda interna. A expectativa é chegar a cerca de 100 mil toneladas movimentadas ainda neste ano. Até 2020, dentro do plano de expansão, o milho deve representar 20% do total movimentado, chegando a um milhão de toneladas.
Em 2013, a Algar Agro faturou R$ 1,8 bilhão, 12,5% a mais que no ano anterior, quando a receita ficou em R$ 1,6 bilhão. A receita da subsidiária – que também está no ramo de alimentos e rações – representou 45% do total do Grupo Algar, que atua ainda em áreas como aviação, segurança, tecnologia, telecomunicações e turismo.